Em resposta às Forças Armadas, TSE assegura que urnas são seguras
BRASÍLIA (Reuters) – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) assegurou que as urnas eletrônicas do país são seguras independentemente de quem seja o fornecedor dos componentes dela.
Na íntegra de mais de 700 páginas de respostas ao representante das Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições divulgada nesta quarta-feira (16), o TSE afirma que após a fabricação de um dispositivo que armazena informações de segurança, nas urnas eletrônicas, somente o tribunal consegue executar o programa.
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“Deste modo, nem mesmo o próprio fabricante dos equipamentos tem poder para fraudar o hardware ou executar qualquer software que comprometa a votação”, disse o documento.
“Portanto, a arquitetura de segurança da urna eletrônica, combinada com as exigências de cadeia de produção e demais avaliações feitas pela equipe do TSE durante o planejamento da produção, garantem que haja segurança nas urnas produzidas independentemente do fornecedor dos componentes eletrônicos e independente da contratada, que projeta e integra a urna eletrônica”, acrescentou.
O documento de 69 páginas foi entregue pelo presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, ao general Heber Garcia Portella, do Centro de Defesa Cibernética do Comando de Defesa Cibernética do Exército e integrante da comissão de transparência do tribunal.
Também foram divulgadas outras 635 páginas de anexos, no qual constam respostas detalhadas para cada uma das 48 perguntas feitas.
O calhamaço de informações, que está na página do TSE, foi divulgado após o presidente Jair Bolsonaro ter insinuado que as Forças Armadas teriam encontrado “vulnerabilidades” no sistema de votação.
O tribunal, contudo, já rebateu essa alegação e disse que os questionamentos apresentados foram todos de natureza técnica e em nenhum momento apresentaram algum tipo de juízo de valor sobre a segurança e confiabilidade das urnas.
Após um período de trégua de suas críticas e no momento em que está em baixa nas pesquisas à reeleição, recentemente Bolsonaro voltou a levantar questionamentos –sem provas– sobre o sistema de votação pelo qual tem sido eleito a cargos eletivos há mais de 20 anos.
Por Ricardo Brito