Dona de rede de óticas suspeita de esquema criminoso tem prisão revogada

Publicado em 14 dez 2021, às 07h02. Atualizado às 11h40.

A Justiça determinou, no final da noite desta segunda-feira (13), a liberdade da dona de uma rede de óticas que foi presa no dia 7 de dezembro, suspeita de chefiar um esquema criminoso. De acordo com a investigação, a mulher aplicava golpes em idosos por meio de falsas consultas e receitas

A prisão preventiva havia sido determinada em uma operação da Polícia Civil do Paraná (PCPR) para combater crimes contra o consumidor. O Ministério Público do Paraná (MP-PR) se manifestou favorável a manutenção da prisão, entretanto uma decisão do Juiz de Direito, Leandro Leite Carvalho Campos decidiu pela liberdade provisória da investigada.

 De acordo com a Polícia Civil, ela é dona de uma rede composta por nove óticas localizadas em Curitiba e Região Metropolitana como: Almirante Tamandaré, Fazenda Rio Grande, Colombo e São José dos Pinhais.

Operação em rede de óticas

A operação para combater crimes contra o consumidor foi realizada pela Polícia Civil do Paraná (PCPR), com apoio do Procon, da Associação Brasileira de Combate à Falsificação e da Secretaria de Urbanismo. Ao todo foram expedidos 26 ordens judiciais, sendo nove mandados de prisão e 17 de busca e apreensão, contra a organização criminosa.

A PCPR também apreendeu no apartamento da empresária, localizado no bairro Batel, em Curitiba, carros modelo BMW e uma Mercedes. Além dos veículos de luxo, ela ostentava viagens internacionais.

De acordo com a reportagem do Balanço Geral, a mulher contratava funcionários para abordar pessoas, principalmente idosos que passavam pela Rua XV de Novembro, no Centro de Curitiba. As vítimas eram orientadas a fazer exame de visão, realizado por um optometrista, um técnico que não possui os mesmos conhecimentos de um oftalmologista.

“Como as vítimas eram idosas, essas pessoas iam, buscavam, coagiam, conversavam e já levavam nesse optometrista, já fazia uma consulta e ia até a loja. A gente tem relato de vítimas que eles pegavam para ver se tinha saldo e passava o cartão da vítima em um valor acima do óculos”,

disse o delegado Cássio Conceição.

De acordo com o delegado, foram achados óculos que estavam prontos para serem vendidos mesmo fora dos padrões. A delegacia do consumidor recebeu 27 pessoas que prestaram queixas contra as óticas.

“Muitas vezes eles fizeram essas lentes de forma irregular, que não atendia esses idosos, eles iam trabalhar e acabavam ficando sem o produto e sem o dinheiro”,

relatou o delegado Cássio Conceição.

A PCPR identificou os criminosos e os detalhes da ação da organização criminosa após oito meses de investigações de alta complexidade. Entre os crimes investigados estão estelionato, indução do consumidor a erro e crimes contra a saúde pública.

Atualização

O RIC Mais entrou em contato com a defesa da dona da rede de óticas – os advogados Elias Mattar Assad, Louise Mattar Assad e Eliziane Cristina Maluf – que respondeu em nota, afirmando que a operação policial que prendeu a mulher foi “equivocada e partiu de falsas premissas de casos já analisados e arquivados pela Justiça”.

Veja na íntegra:

“Após analisar pedidos defensivos, o Juíz de direito da 11a Vara Criminal de Curitiba, concedeu liberdade aos investigados. A defesa registra que a operação policial foi equivocada e partiu de falsas premissas de casos já analisados e arquivados pela Justiça. Ficará provada a inocência na sequência do processo”.