Caso Isabelly: atraso, mal-estar e ameaça de saída do plenário; veja 1° dia de júri

Antes do início do julgamento, familiares e amigos de Isabelly fizeram um protesto cobrando justiça para o caso

por Jonathas Bertaze
Com informações de Beatriz Frehner, da RICtv
Publicado em 3 set 2024, às 20h13. Atualizado às 20h58.
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Após dois adiamentos e com cerca de duas horas de atraso, o julgamento de Everton Vargas, acusado pela morte da youtuber Isabelly Cristine Domingos dos Santos, começou nesta terça-feira (2), em Pontal do Paraná, no litoral paranaense. O júri, que deve durar dois dias, é o desfecho do crime ocorrido em fevereiro de 2018, quando a vítima, que tinha 14 anos, foi morta a tiros após uma discussão de trânsito, na PR-407, também em Pontal do Paraná.

O Balanço Geral desta terça-feira (3) traz os detalhes do julgamento de Everton Vargas, acusado pela morte da youtuber Isabelly Cristine Domingos dos Santos, em Pontal do Paraná, no Litoral do Paraná. A vítima foi assassinada a tiros após uma discussão de trânsito em fevereiro de 2018.
Isabelly foi assassinada após discussão de trânsito (Foto: Reprodução/Facebook)

O primeiro dia de julgamento terminou às 20h45 e será retomado na quarta-feira (4) a partir das 9h da manhã. Sete testemunhas ainda serão ouvidas antes do acusado e dos debates. Existe a possibilidade de o júri se estender por três dias.

1° dia de julgamento

A primeira testemunha, a delegada Vanessa Alice, que era responsável pela Operação Verão na época do crime e, dessa forma, conduziu as investigações policiais, começou a ser ouvida às 11h. Esse depoimento foi iniciado cerca de duas horas após o previsto inicialmente porque o promotor Rodrigo Sanches se atrasou para chegar ao fórum.

Segundo a RICtv, o depoimento de Vanessa durou aproximadamente cinco horas, com uma pausa necessária devido a um mal-estar que a delegada sofreu, causado pelo número elevado de perguntas e por questões de saúde. Este foi o depoimento mais longo da audiência, ocupando toda a manhã e boa parte da tarde.

Em seguida, depôs o policial que estava de folga nas proximidades e atendeu a ocorrência após ouvir os tiros. O depoimento durou pouco mais de uma hora. Posteriormente, teve o depoimento do filho do motorista do carro de Isabelly, que também estava presente no momento dos disparos.

Na noite desta terça-feira, uma discussão entre a defesa do acusado e o promotor de justiça, fez com que a defesa ameaçasse deixar o plenário.

Depoimento de delegada é contestado pela defesa

Após a delegada Vanessa Alice afirmar em seu depoimento que Everton Vargas desceu do veículo para realizar os disparos, a defesa do réu contestou essa versão. Segundo os advogados, a afirmação desmente a apresentada na acusação do Ministério Público do Paraná (MPPR). De acordo com os advogados do réu, a afirmação da delegada “não consta no processo e contraria a perícia oficial e a reprodução simulada” do crime.

Conforme a defesa, essa versão contraria inclusive a denúncia oferecida pelo MPPR, que afirma na “inicial acusatória que o acusado estava dentro do carro quando efetuou disparos”. Os advogados afirmam que, dessa forma, “o promotor de justiça, ao invés de cessar a linha inédita seguida pela delegada, continuou a fazer perguntas sobre essa nova dinâmica trazida em plenário, surpreendendo e violando o princípio da correlação”.

Diante disso, defesa afirma que pedirá o aditamento da denúncia. Ou seja, a adição de elemento novo ao processo, caso essa nova hipótese seja levantada em plenário pelos acusadores.

Entenda o júri

Ao todo, dez testemunhas darão o depoimento, cinco indicadas pela defesa e outras cinco pela acusação. O número foi determinado em acordo entre as duas partes, que anteriormente haviam relacionado 19 testemunhas.

Após esses dez depoimentos iniciais, a juíza Caroline Valiati da Rosa ouvirá o acusado. Em seguida haverá o debate entre acusação e defesa. E então o júri, que é formado por sete homens, decidirá pela condenação ou absolvição do réu. O julgamento deve terminar nesta quarta-feira (4).

Familiares da vítima pedem justiça

Antes do início do julgamento, familiares e amigos de Isabelly realizaram um ato cobrando justiça para o caso. Com faixas e palavras de ordem, eles aguardam o encerramento de uma espera que dura mais de seis anos.

Após dois adiamentos e com cerca de duas horas de atraso, começou nesta terça-feira (3), em Pontal do Paraná, no litoral paranaense, o julgamento de Everton Vargas, acusado pela morte da youtuber Isabelly Cristine Domingos dos Santos. O júri, que deve durar dois dias, é o desfecho do crime ocorrido em fevereiro de 2018, quando a vítima, que tinha 14 anos, foi morta a tiros após uma discussão de trânsito, na PR-407, também em Pontal do Paraná.
Familiares de Isabelly pedem justiça (Foto: Beatriz Frehner/RICtv)

Julgamento já foi adiado em duas ocasiões

Marcado para acontecer mais de seis anos e meio após o caso, o julgamento de Everton foi adiado duas vezes. Inicialmente previsto para ocorrer em março de 2022, o júri foi adiado devido a uma falha processual, que não incluiu a reconstituição do caso no processo.

Já o segundo adiamento, em outubro de 2022, atendeu a um pedido da defesa do réu, que alegou que não havia sete jurados isentos para a realização do júri. Na ocasião, a defesa também solicitou que o julgamento fosse transferido da Comarca de Pontal do Paraná, mas esse pedido não foi aceito.

Relembre a morte da youtuber Isabelly

Isabelly foi assassinada a tiros após uma discussão de trânsito em fevereiro de 2018. A jovem, que tinha 14 anos, foi baleada na cabeça, dentro do carro em que estava, na BR-407, em Pontal do Paraná. Ela foi socorrida e internada no Hospital Regional de Paranaguá, mas morreu em virtude dos graves ferimentos.

O crime ocorreu quando Isabelly voltava de uma gravação em uma casa de shows no Balneário Shangri-lá.

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