O machismo no mundo dos games: caso de Isadora reabre discussão
O machismo no mundo dos games é algo comum, mas que não deveria ser. Recentemente a apresentadora Isadora Basile foi afastada da Microsoft após sofrer ataques machistas na internet. De acordo com a empresa o motivo do fim do contrato foram mudanças na estratégia de conteúdo. Porém, a própria apresentadora falou que o motivo eram os ataques.
Em seu twitter a apresentadora contou que logo após anunciar o novo trabalho foi atacada nas redes sociais, onde homens falavam que ela não jogava e que ela não era digna do cargo. Inclusive recebeu ameaças de estupro e morte. E que devido a estes ataques, a Microsoft decidiu desliga-la da empresa para protege-la. Já vemos que a empresa falou outra coisa em sua nota no twitter, o que já revela que ela não teve apoio algum da companhia.
Veja na integra o que Isadora Basile escreveu em sua conta:
Muitos internautas saíram em defesa da Isa, inclusive a também apresentadora Nyvi Estepahn (que também já foi alvo do machismo diversas vezes), respondeu o tweet da colega:
ISA, O QUE VOCÊ SOFREU NESSE ÍNTERIM – DOS ATAQUES – É REFLEXO DE TUDO QUE ESTÁ MUITO ERRADO AINDA NA COMUNIDADE GAMER E A PROVA DO QUANTO A FALTA DE DIVERSIDADE É NOCIVA PARA NOSSO CENÁRIO. O Q É IMPORTANTE É VOCÊ SABER QUE ESSES ATAQUES NUNCA FORAM SOBRE VOCÊ! KEEP SHINING
Mas, não é a primeira vez que uma mulher perde o emprego no meio gamer por conta do machismo. Em 2019 Gabriela Cattuzzo, uma das principais influenciadoras brasileiras na área perdeu o contrato de trabalho com a Razer após rebater um comentário machista publicado em seu Twitter.
Na época, Gabriela havia postado uma foto em que aparece sentada num touro mecânico. Um homem fez o seguinte comentário: “pode montar em mim à vontade”. Ao ler ela não ficou calada e rebateu: “Sempre vai ter um macho pra falar merda e sexualizar mulher até quando a mulher tá fazendo uma piada, né? É por isso que homem é lixo”.
Porém, logo após a postagem um seguidor disse que não gostou da generalização que ela utilizou, Gabriela respondeu que os homens que não a ofendem são minoria. E como na internet tudo acontece muito rápido, a história logo chegou para a Razer, marca de acessórios para jogadores virtuais com a qual ela tinha contrato. De acordo com a influencer, não houve nenhuma uma conversa, a empresa decidiu se posicionar e retirou o patrocínio.
Na conta oficial da empresa, foi mencionado apenas que: “como gamers, enfrentamos todo tipo de preconceito e estereótipo”, mas que “o contrato com a influenciadora expira nos próximos dias e não será renovado”.
Até quando as mulheres vão ser alvo de críticas e ataques sem fundamento, o machismo no mundo dos games não deve ser tolerado e muito menos apoiado. Até quando as empresas vão se posicionar a favor dos agressores? No caso de Isadora, está claro que a empresa ao invés de ampara-la e ajuda-la a combater os ataques simplesmente descartou a apresentadora.
Matéria: Carol Machado