Viagem na Pandemia
Ir mais longe que o mercadinho perto de casa, tirar o pijama e vestir uma roupa bonita, ir para o aeroporto ou rodoviária, visitar um familiar, sair de casa para alguma coisa. Falando assim, parece uma loucura, um erro dado ao cenário atual, pandemia de covid-19.
É inevitável que isso ocorreria, ainda mais após um ano de pandemia – que seguindo normas da Organização Mundial da Saúde (OMS), sairíamos de casa, vigilantes, com cinto de utilidades do Batman munido de álcool em gel e máscaras, até o slogan foi alterado de “fique em casa” para “use máscara”.
Vigilante. Adjetivo: que vigia, vela, permanece atento; cuidadoso, cauteloso, precavido, zeloso, diligente. Foi com este sentimento e comportamento que parti pela primeira vez de Curitiba para São Paulo. Acredito que assim como muitos, me encontro no quinto estágio da pandemia, que segundo o perfil Coisas Pra Fazer na Quarentena, é o estágio da aceitação.
Nesta fase, a gente começa a controlar nossas emoções. Sair de casa diante de uma pandemia é um mix de emoções. É tenso? É, mas tomei todas as precauções possíveis: uma companhia aérea com menos assentos ocupados, um aeroporto com a liberação de um portão de embarque por vez, e o desembarque numa cidade vizinha a São Paulo, Campinas, para evitar ao máximo uma aglomeração de pessoas.
Estou na minha terceira viagem de Curitiba para São Paulo, desta vez vim de carro, para o casamento do meu irmão do meio. Casamento no cartório com apenas os noivos e padrinhos, que também foram as testemunhas, e um almoço em família, sem festa. É assim que as coisas são agora, a menos que usemos a mesma parafernália do garoto do filme Jimmy Bolha (2001).
Jimmy Livingstone, que foi interpretado por Jack Gyllenhaal nos cinemas, é um jovem que nasceu com um problema em seu sistema imunológico, essa condição o obriga a ficar sempre dentro de uma bolha de plástico, em seu quarto. Certo dia ele descobre que a garota por quem é apaixonado irá se casar nas cataratas do Niágara, para impedi-la, Jimmy constrói uma bolha móvel e parti para as cataratas atrás do seu amor.
Seria um jeito para aglomerar, mas vamos falar sério, fora da ficção é muito estranho andar por aí dentro de uma bolha né. A solução é mesmo se vacinar.
Cidades turísticas estão recebendo visitantes, hotéis, restaurantes, parques, quase tudo, seguindo protocolo da OMS, estão funcionando. Aos poucos o home office vai se acabando, e vamos voltando ao presencial na empresa. Será que estamos perto do chamado “novo normal”? É bom se manter esperançoso, e coisas boas estão acontecendo, mas ainda não estamos seguros, logo, não estamos no “novo normal”.
Então, não saia “turistando” como se estivesse, tome todas medidas de segurança, e se mantenha o máximo possível dentro de casa.