Um dos nomes que constava no programa do show Songbook do Choro Curitibano, realizado ontem, no Teatro Paiol, era bastante comum, mas parecia deslocado entre todos aqueles outros compositores. Afinal, Augusto Stresser para os curitibanos está mais para nome de rua do que para artista local. Mas, além de ser ponto de referência na capital paranaense, Stresser foi também artista plástico, escritor e, como descobriu o público do Paiol, um grande músico. Além dele, outros 14 nomes pouco ou nada conhecidos pelos espectadores completavam a lista a quem seriam apresentados.

Com organização do músico Tiago Portella, o Songbook do Choro Curitibano – Volume 1 reúne 50 partituras musicais de 15 importantes compositores das primeiras gerações do choro em Curitiba. As músicas inseridas nesse primeiro volume da coleção, foram organizadas por uma equipe que editou o projeto e organizou ainda uma pesquisa das 15 biografias dos compositores selecionados, além de quatro textos de contextualização histórica. O objetivo do Songbook, como explicou Portella, é divulgar estas obras, que fazem parte do patrimônio cultural da cidade, e contribuir para sua preservação.

No Teatro Paiol, onde ocorria o lançamento do livro, o clima era de reconhecimento e homenagem. Sob direção musical de Portella, que também tocou cavaquinho, Antônio Rocha (flauta transversal), Daniel Migliavacca (bandolim), Lucas Melo (violão 7 cordas), Ricardo Salmazo (pandeiro) e Elizabeth Fadel (piano), apresentaram 15 músicas desses compositores que construíram, com seus trabalhos e história de vida, a cena cultural de Curitiba. Alguns deles, inclusive, presentes no show, como Pedrinho da Viola, com nove discos já lançados; Wilson Moreira, que apresentou um lindo solo de bandolim em Crepúsculo, de sua autoria; o maestro Ernesto Cordeiro, autor de Korderando; e o professor Waldir Teixeira, que compôs Bravo.

Entre choros, polcas e maxixes, o público arriscou alguns movimentos de dança, ali mesmo, na cadeira. Ao final, aplaudiram em pé estes que tanto contribuíram para a cultural local, e também os que são a nova geração de músicos da cidade, responsáveis por dar continuidade ao legado de seus antecessores. Homenagem justa.