Um representante do governo federal, acompanhado de agentes da Polícia Federal, chegou à Cinemateca Brasileira na manhã desta sexta-feira, 7, para “pegar as chaves” da instituição. O secretário nacional do audiovisual substituto, Helio Ferraz de Oliveira, da Secretaria Especial da Cultura, foi recebido no local pelo presidente da Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), Francisco Câmpera, que até hoje faz a gestão da entidade.
Em um clima um tanto hostil, Oliveira disse que a União está com contratos emergenciais prontos e prometeu que eles seriam colocados em prática ainda nesta sexta.
Segundo o secretário, serão celebrados contratos de manutenção predial básica, como de limpeza e segurança não especializada, com as próprias empresas terceirizadas que já trabalhavam no local.
Oliveira optou por não dar entrevistas à imprensa no local.
Ele negou qualquer intenção do ministério do Turismo em transferir a Cinemateca para Brasília. Ele também não respondeu aos questionamentos sobre se manteria os funcionários especializados da instituição (todos ligados hoje à Acerp).
“Isso no serviço público é uma piada”, classificou Câmpera, sobre o ato simbólico do representante do governo.
Ele perguntou se haveria um processo administrativo para realizar a transição da gestão, mas o secretário não respondeu.
Em frente à sede da Cinemateca, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, dezenas de pessoas, de máscaras e com distanciamento social, protestavam contra o governo.
Oliveira retificou a fala de outros representantes do Ministério do Turismo de que um novo contrato de gestão será celebrado nos próximos meses. Ele não soube dizer, porém, como a Cinemateca funcionará até lá.
O jornal O Estado de S. Paulo entrou em contato com a assessoria de imprensa do Ministério do Turismo, mas ainda não houve resposta.