As milhares de flores do Jardim Botânico, que deixam os canteiros coloridos, assim como as flores de praças, parques e ruas de Curitiba, são produzidas em um único local: o Horto Municipal do Guabirotuba, de onde saem 6 milhões de mudas a cada ano.

As flores que compõem o paisagismo urbano da cidade também têm coleções, substituídas a cada nova estação. O ciclo de vida médio das flores é de três meses; passado este período, elas são substituídas. A coleção outono, que está agora à mostra, é formada por cravinas, targets, bocas-de-leão e torênias.

Nessa época do ano o Horto está iniciando a produção das flores de inverno, que começará a chegar aos parques e praças da cidade entre maio e junho. O amor-perfeito, por sua resistência e beleza, é o carro-chefe da estação fria.

“Quando o primeiro botão floresce, é hora da muda sair do Horto e ganhar as ruas”, explica a diretora do departamento de Produção Vegetal da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Erica Mielke. Ela informa que o Jardim Botânico é o local da cidade que concentra o maior número de flores. “São 150 mil novas unidades a cada estação”.

Uma triste constatação faz parte da rotina do Horto Municipal. É o vandalismo, que chega a atingir 20% da produção. “Uma flor leva meses para ficar pronta e, muitas vezes, apenas 24 horas depois de chegar a um parque, praça ou rua, já foi destruída por um vândalo”, lamenta Erica.

Linha de produção

Para produzir 500 mil flores por mês, os 70 funcionários que atuam no Horto Municipal do Guabirotuba contam com a preciosa ajuda da tecnologia. Uma máquina permite fazer a semeadura de 450 mudas em menos de um minuto. O mesmo processo levava mais de uma hora quando era feito de forma manual.

“É um orgulho muito grande para todos que trabalham aqui ver o resultado final do que fazemos, deixando a cidade mais bonita com as flores”, diz Erica. Antes de chegarem às ruas, as plantas passam por várias etapas, numa verdadeira linha de produção.

Após a semeadura, as mudas são levadas para uma câmara de germinação, local climatizado onde permanecem por cerca de quatro dias. Em seguida, são transferidas para a estufa de desenvolvimento, onde ficam protegidas do frio, chuva ou ventos durante o período médio de um mês.

A próxima etapa é a sala de repicagem, onde as mudas são transplantadas para as bandejas definitivas, num processo automatizado. Com apenas dez pessoas atuando, a máquina de repicagem permite a produção máxima de 60 mil mudas num único dia, o que não seria possível sem a ajuda da tecnologia.