Indústria de guardanapos de luxo registra procura três vezes maior de restaurantes que trocam tecido por descartável embalado
Entre as medidas de higiene e segurança que estão sendo adotadas pelos restaurantes de alto padrão, na retomada do atendimento gradual ao público durante a pandemia do coronavírus, está a substituição dos tradicionais guardanapos de tecido por opções de papel. São versões mais sofisticadas e embaladas individualmente, que além de serem mais higiênicas, apresentam melhor custo-benefício aos estabelecimentos. A tendência foi observada por uma indústria de guardanapos de luxo, que registrou procura três vezes maior do que a fábrica em seus momentos normais de funcionamento.
De acordo com Celso Rufatto, da Relevo Guardanapos, indústria de Curitiba (PR) que atua nacionalmente, após uma queda brusca no faturamento em abril, com o fechamento dos restaurantes e suspensão de eventos, a empresa agora vivencia a retomada gradual dos negócios com esse volume crescente da procura pela linha de mesa de luxo e pelo produto embalado individualmente. “O volume maior de procura e consequentemente de fechamento é na região de Curitiba, mas já estamos negociando com grandes restaurantes do Sudeste”, destacou.
Rufatto ainda explica que o guardanapo de alto padrão embalado individualmente é algo inédito. “O mercado tinha somente a versão pequena embalada, utilizada em restaurantes fast food. Nós inovamos lançando o guardanapo de alto padrão embalado individualmente. Nunca vimos isso em nenhuma parte do mundo, salientou.
Industria de guardanapos de luxo busca alternativas em meio a pandemia
Conforme destaca o presidente-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, a maior procura pelo item de papel para substituir o tecido está entre as mudanças que já eram tendência no setor antes da pandemia e que foram impulsionadas por ela, a exemplo do cardápio digital, dos aplicativos de entrega e dos serviços delivery como um todo. “O guardanapo de papel é mais prático, mais higiênico, acho que acelerou um processo que já estava em andamento e isso é positivo”, opinou.
Com essa maior demanda, a Relevo passou de uma queda a 8% do seu faturamento pretendido em abril para 30% em junho.
“Nós temos cerca de 40 negociações ativas, das quais 80% devem ser efetivadas”, disse Rufatto. Segundo ele, a intenção dos restaurantes com a troca é dar o máximo de sensação de segurança aos clientes, porém, sem perder a boa apresentação na mesa.Entre os restaurantes que já fecharam negócios com a Relevo nos últimos três meses estão tradicionais estabelecimentos de alto padrão, a exemplo do Petit Château, Devons, Terrazza 40, La Varenne, Porccini trattoria, Cesar Monteiro buffet, entre outros.
Protocolos de abertura
Ainda conforme destacou Solmucci, da Abrasel, o protocolo que os restaurantes devem adotar para reabertura não é complicado, visto que os cuidados com a segurança dos alimentos já seguem padrões rigorosos. O que muda é o cuidado com as pessoas.
“Tem mudanças importantes como do cardápio que não vai ser mais de papel, passa a ser digital, escrito em um quadro ou plastificado para permitir a limpeza; a priorização da utilização de itens descartáveis, que permitam uso único. Deixa-se de ter toalha de mesa para que seja mais fácil higienizar com álcool, deixa-se de ter o guardanapo de pano para usar o de papel e assim por diante. É um momento que exige atenção de todos, tanto do estabelecimento como do consumidor, que precisa estar atento para frequentar locais em que as pessoas e os próprios restaurantes estejam adotando as ações necessárias”, salientou.