Cris Arcangeli: “O empreendedorismo é a bola da vez para todo mundo”
A investidora serial e CEO da Beauty In, Cris Arcangeli, é a convidada da próxima semana no InovaRIC. Com um currículo invejável, ela que já foi apresentadora do programa Shark Tank Brasil e fundou cinco negócios inovadores adiantou um pouco de como será a conversa na quarta-feira (04).
Durante o bate-papo, nesta terça-feira (27), Cris contou sobre o projeto ‘Empreender Liberta’, criado especialmente para auxiliar mulheres em situação de violência doméstica, deu dicas de como se tornar um empreendedor de sucesso e falou sobre as tendências de empreendedorismo e inovação para os próximos anos.
“O empreendedorismo é a bola da vez para todo mundo, então, quando a gente fala que empreender liberta não é só para mulheres, é para homens também, às vezes, ele está em um emprego que não é feliz e consegue ter o negócio próprio dele e aí sim, nesse momento, ser feliz. Eu acho que a gente tem que entender e ser um pouco mais livre para sair da zona de conforto e ir atrás do sonho”,
disse Cris Arcangeli.
O que significa essa liberdade que o empreendedorismo proporciona?
R: É um movimento que eu criei chamado ‘Empreender Liberta’. Esse movimento inicialmente foi criado pensando nas mulheres, principalmente, nesse momento de pandemia, onde a violência doméstica escalou quase 80%, onde muitas perderem os seus empregos e outras que nem perderam, tiveram que sair dos seus empregos porque as crianças não tinham escola, ficaram em casa e elas tinham que ficar em casa cuidando dos filhos. Então, mesmo que ela tivesse um trabalho, se fosse um trabalho onde ela precisasse se deslocar, ela não conseguiria fazer isso com a família toda em casa.
Claro que impactou todo mundo nesse momento de pandemia, mas principalmente as mulheres. Então, esse ‘Empreender Liberta’ é uma plataforma que vai dar para essas mulheres: educação empreendedora e oportunidade de negócios.
Nós também criamos o ‘Comunidades a mil’, que é um reality show de impacto positivo nas favelas ajudando, dando educação empreendedora, dando aceleração, mentoria, visibilidade de negócios para os negócios de startups de mulheres nas favelas.
Todas essas plataformas estão embaixo desse movimento e ele chama ‘Empreender Liberta’ porque de verdade ele liberta. Quando você empreende, você tem independência financeira e quando você tem independência financeira você pode tomar suas próprias decisões, fazer suas próprias escolhas. E, se você estiver em uma situação de risco ou de desconforto, você pode tomar a decisão de sair dessa situação porque você tem como se sustentar. Não é refém por ser dependente financeiramente.
O que é necessário para se tornar uma empreendedora de sucesso?
R: Como tudo na vida, você precisa saber que você vai começar pequeno, independente de quem quer que seja a pessoa, que ela venha a fazer ou quanto dinheiro ela tem, quando ela começar um projeto, ele sempre começa pequeno. Então, saber que você tem que começar pequeno, que você vai ter que inovar para ter um diferencial competitivo em relação aos seus concorrentes e, claro, bastante disciplina, determinação, resiliência e fazer de novo e de novo. Porque, tudo bem, você vai ter oportunidade de negócio, mas se você não tiver persistência e resiliência para fazer de novo e de novo, você não consegue vencer o desafio que empreender e, principalmente, empreender no Brasil.
Mulheres são melhores empreendedoras do que os homens ? Como você vê o empreendedorismo feminino durante a pandemia?
R: Eu acho que o mundo hoje deveria se tornar gênero-inteligente, entender que as pessoas têm diferenças entre elas. A mulher é diferente do homem, tem uma forma diferente de trabalhar, mas elas são complementares e hoje tem tantos outros gêneros que também têm suas especificidades e são complementares com o resto do todo. Então, se a gente olhar o mundo de uma forma gênero-inteligente, nós vamos entender que isso é só um pedaço, é só um começo de uma história, o resto é o quanto você vai realmente fazer com que isso aconteça do seu jeito, de uma forma, principalmente, inovadora. Porque se você quiser ter um negócio, você precisa ter um Q de inovação, porque a inovação traz a possibilidade de começar pequeno, porque ela te dá margem, ela te dá escalabilidade de crescer e com certeza vencer.
As mulheres estão empreendendo mais do que os homens, 57% dos negócios que se formaram nos últimos três anos são de mulheres. Então, as mulheres realmente entenderam que empreender liberta e elas estão aprendendo mais do que os homens. Eu acho que é isso, é o caminho, é a força. O empreendedorismo é a bola da vez para todo mundo, então, quando a gente fala que empreender liberta não é só para mulheres, é para homens também, às vezes, ele está em um emprego que não é feliz e consegue ter o negócio próprio dele e aí sim, nesse momento, ser feliz. Eu acho que a gente tem que entender e ser um pouco mais livre para sair da zona de conforto e ir atrás do sonho.
Qualquer pessoa pode empreender ou é preciso ter algumas características específicas?
R: Você precisa ter a característica da disciplina porque você vai ter que fazer as coisas por você, pelo seu motor interno. Sem ninguém mandando fazer e têm pessoas que preferem ser colaboradoras e trabalhar dentro de um sistema, de uma garantia de salário no final do mês e o empreendedor nunca sabe quanto vai ganhar. Um mês pode ganhar mais, um mês pode ganhar menos. Essa garantia, essa zona de conforto, quando você é empreendedor você não tem. Então, depende muito da característica pessoal de cada um: tem pessoas que têm perfil de personalidade para ser colaborador, tem pessoas que têm perfil para ser empreendedor e tem outras que têm intraempreendedor, que é empreender dentro da empresa de uma outra pessoa.
O desenvolvimento de startups e por consequência produtos e serviços a partir disso são o futuro?
R: Eu tenho certeza. Hoje se o negócio que você fizer, criar ou está construindo não passar por dentro do celular é muito difícil que ele continue existindo porque o celular virou nossa extensão do braço. É um objeto que está na mão de todo mundo, então, se você escalar esse negócio ele precisa ter um Q de digital. Não precisa ser 100% digital, mas ele precisa estar um pouco no digital para que ele possa criar força e escalabilidade.
Quais são as tendências para o setor para os próximos anos aqui no país?
R: Eu acho que nós vamos ter muitas transformações que começaram nesse momento de pandemia, mas que não vão terminar por aqui, esse foi só o pontapé inicial. Nós vamos ver muitas coisas se transformando, formas de fazer as coisas, conceitos, valores, ações. É muita coisa que já está sendo transformada, algumas delas são as formas como você compra, como você vive, como você trabalha, como você se relaciona com as pessoas. Tem muita coisa em transformação. O que é uma boa notícia porque quando têm grandes transformações têm grandes oportunidades de negócio que surgem.
Existem dicas ou um passo a passo para conseguir empreender?
R: Tem sim uma passo a passo. A gente vai lançar um programa de treinamento junto com a Jovem Pan para ensinar como começar um negócio. Porque se você acertar os primeiros passos, você tem mais chances e oportunidade de fazer isso dar certo. Eu sempre falo: ‘Você precisa ter um técnico quando você um grande esportista e você precisa ter um técnico quando você começar a empreender. Alguém que te diga como fazer, qual o caminho para que você erre menos, perca menos dinheiro e consiga fazer o seu negócio escalar mais rápido.
Em agosto será lançado o projeto M.O.D.A. O que é o projeto e qual o objetivo?
R: O M.O.D.A. é um projeto de educação empreendedora, está dentro da nossa plataforma ‘Empreender Liberta’ para ensinar os empreendedores a fazerem o negócio deles virar moda. Porque assim, todo mundo quer o sapato da moda, o restaurante da moda, o hotel da moda, todo mundo quer estar na moda, ditar tendência, virar mania. Aí, quando você consegue isso, você consegue com certeza vender mais e se você vender mais, você lucra mais.
Então, o que a gente precisa agora é fazer com quem já tem um negócio faça que esse negócio vire moda ou se você está começando a empreender, você já começar com o negócio nos pilares certos para virar moda.
Por isso se chama moda, não tem nada a ver com moda de roupa, é M.O.D.A. de criação de tendência. É ensinar como fazer o seu negócio virar tendência e virar moda. É um curso que vai acontecer de 9 a 12 de agosto online, pelo meu Youtube, é 100% gratuito, então qualquer um pode participar.
Quer aprender mais sobre empreendedorismo? Não perca o InovaRIC sobre Vertical de Inovação com Cris Arcangeli na quarta-feira (04). Você pode acompanhar pelo Facebook ou Youtube do Portal RIC Mais.