Parcerias e Ações de Co-branding

Publicado em 7 fev 2020, às 00h00. Atualizado em: 9 jun 2020 às 16h43.

Entra ano, sai ano e surgem novos termos, tendências e modismos no marketing. Novas ferramentas e tecnologias aparecem, assim como criam-se novos nomes para técnicas ou métricas antigas.

Mas uma das coisas mais apaixonantes para qualquer profissional que, assim como eu, escolheu o marketing como ofício, é perceber o quanto as ações e ideias mais simples continuam sendo a base de qualquer estratégia de marca bem sucedida.

E uma destas ideias simples são as parcerias entre marcas, empresas ou prestadores de serviços

Lembrei-me disso por ter sido impactada recentemente por uma estratégia de co-branding dos Sorvetes Nestlé. Em tempo, co-branding nada mais é do que quando duas marcas que atendem a um mesmo público unem-se para desenvolver um novo produto em comum.

Neste tipo de estratégia, uma empresa empresta sua marca ao novo produto da outra empresa, trazendo com ela todos os seus atributos, sua proximidade com o público e seu posicionamento.

Praticamente todos os picolés comercializados nas praias neste verão pela Nestlé pegam carona em uma marca que originalmente não é de sorvetes. A marca Finni, de balinhas de gelatina, por exemplo, passou a assinar um novo picolé voltado ao público infantil.

A marca TANG, por sua vez, passou a assinar os picolés de fruta e assim por diante. Ou seja, uma ação de co-branding bastante efetiva.

No primeiro caso presenciei o quanto a estratégia foi certeira ao ver minha filha de 5 anos pedindo pelo picolé da Finni sem nem saber qual seria o seu sabor.

Ela simplesmente fez uma associação dos atributos que já conhecia da marca Finni (já que ela consome as balinhas da marca e gosta destas guloseimas) e, de imediato, entendeu que, se o picolé era Finni, marca que ela já adora, ele seria muito saboroso.

E este certamente foi o objetivo da Nestlé ao firmar esta parceria: ao invés de criar uma marca voltada ao público infantil e investir pesado para ela se tornar conhecida e próxima das crianças, pegou carona com a Finni, marca que o público infantil já conhece, ama e consome.

São exemplos como este que mostram o quanto podemos beneficiar nosso negócio e beneficiar também outras empresas parceiras quando nos unimos em objetivos comuns

Mas não são apenas as grandes marcas que podem criar parcerias interessantes, estratégicas e efetivas.

Gosto de citar o exemplo de uma arquiteta que, ao entender que seu público era formado por pessoas mais simples, que compram em lojas de materiais de construção e decoração de bairro, firmou parcerias com algumas pequenas lojas para montar ambientes decorativos nestes pontos de venda usando materiais vendidos em cada loja.

Nesta parceria, ao impactar clientes com esta ambientação, as lojas ganhavam ao mostrar o quanto seria possível fazer uma bela reforma e uma boa decoração com o que ali era vendido, e a arquiteta também ganhava com o seu trabalho sendo divulgado justamente entre o público que poderia lhe contratar. Os resultados foram muito positivos para ambos os parceiros.

E exemplos como estes existem aos montes e não é uma estratégia de outro mundo ou difícil de se fazer

Exige apenas um pouco de dedicação e tempo, para se fazer um levantamento das empresas ou prestadores de serviços que atendem ao mesmo público que você, desenhar possibilidades de parceria, abordar os possíveis parceiros e partir para a ação.

Viu só? Marketing não é coisa simples, mas também não é um bicho de sete cabeças. Mas exige estudo e, principalmente dedicação.