Conheça a história de superação de Antônio, aprovado aos 65 anos no vestibular da UEL

por Bruna Melo
com informações de Pedro Marconi, da RIC Record TV Londrina
Publicado em 7 jul 2021, às 14h54. Atualizado às 14h57.

Com os resultados do Vestibular da Universidade Estadual de Londrina (UEL), nesta segunda-feira (5), um nome na lista de aprovados chamou a atenção. Antônio Luiz Galves tem 65 anos e foi aceito no curso de História. Ele é o vestibulando mais velho da universidade, deste ano. Sua trajetória é marcada por diversas reviravoltas.

Ele construiu a primeira parte da vida sendo empresário em diversos ramos comerciais. Morou em bairros nobres da cidade de São Paulo e tinha condições financeiras mais do que confortáveis. Entretanto, como ele mesmo conta, fez “decisões erradas”, das quais não gosta de entrar em detalhes, e perdeu toda a fortuna.

Há 14 anos, mudou-se para Londrina, no norte do Paraná. Antônio passou a morar nas ruas, até que em 2018 foi viver em um abrigo. Nesse processo, pensou em desistir da caminhada, mas ele se apoiou nos cinco filhos para se recuperar.

“Era uma virada, eu tinha que provar para mim mesmo e aos meus filhos […] que poderia ser diferente. Não foi fácil,”

confessa Antônio, em passeio pela UEL com o repórter Pedro Marconi.

Antônio, que já era formado em Administração, demorou para ser recolocado no mercado de trabalho. Depois de várias tentativas, conseguiu emprego em uma empresa de tecnologia e, a partir deste ponto, começou a se preparar para o vestibular.

Para estudar, emprestou livros dos amigos e usou sites da internet. Neste ano, as provas da UEL foram em fase única, com 50 questões múltipla escolha. Para concorrer com os outros candidatos pelas vagas e ter a redação corrigida, o aluno deveria obter no mínimo 26% da pontuação do total e não zerar nenhuma das matérias.

Com a aprovação, as expectativas são altas. Antônio já planeja engatar a segunda graduação em uma pós ou até mesmo em um mestrado. Para o senhor de 65 anos, o caminho que as pessoas devem seguir é sempre o da educação, já que “isso ninguém pode tirar”.

“Estou me sentindo um garotão de 18 anos. Não vejo a hora de começarem as aulas, de estar aqui, de fazer tudo isso acontecer na prática mesmo”,

Antônio finaliza.