Nós do Grupo RIC não temos político de estimação, bem como não temos partido favorito. Nossa dedicação total está voltada para nossa audiência. É por você que pedimos: siga as recomendações atuais das autoridades de saúde e fique em casa. Por enquanto, respeitar o isolamento social é o melhor que podemos fazer para evitar o colapso do sistema de saúde.
O presidente Jair Bolsonaro errou quando relativizou o risco do Coronavírus e convocou a população a desobedecer a quarentena, entretanto, ao chamar atenção que uma severa recessão econômica pode causar fome, violência e outros flagelos, ele -o presidente- acerta, apesar da forma equivocada que optou por utilizar. Por isso, queremos fazer um convite para enxergar além do muro da unanimidade do isolamento que tomou conta da discussão sobre as medidas de combate ao Covid-19.
A ciência está debatendo os caminhos que devemos tomar. Neste momento, os principais centros de pesquisa do mundo buscam formas de manter a letalidade baixa e ao mesmo tempo permitir que as pessoas voltem ao trabalho o mais cedo possível e com segurança. Pesquisadores das Universidades de Yale e Stanford já começam a publicar estudos que questionam o período indefinido como solução para o problema. Países já estudam determinar uma data de retorno à normalidade. As pesquisas apontam que as quarentenas totais precisam justamente ter tempo pré-definidos, períodos para que os sistemas de saúde aumentem leitos e prepararem equipes para atender a demanda que poderá vir. Isso está acontecendo, o mundo se concentrou na construção de hospitais, ativação de novos leitos e reforço equipamentos e equipes de saúde.
É preciso pensar no agora, em cuidar para que o Covid-19 não faça vítimas fatais, sem descuidar do amanhã. O desemprego também não pode ser uma epidemia fora de controle. Tentar evitar um possível colapso do sistema de saúde, causando o colapso de toda a economia, é gerar o colapso do próprio sistema de saúde, que é mantido por impostos recolhidos da atividade econômica. Recessão econômica traz fome, insegurança, menos recursos para investir em saneamento básico, em atenção básica à saúde e até em UTIs, tudo isso também resulta em mortes.
Não podemos cair na falsa dicotomia de escolher vidas ou dinheiro, não se trata de nada disso. A economia precisa de pessoas para existir, e as pessoas precisam de uma economia funcionando para viver em sociedade. Os dois pontos são fundamentais, se complementam.
Temos que ficar em casa agora, mas acompanhar com atenção os estudos que podem propiciar a retomada da normalidade com urgência. Temos que seguir com esperança no tripé de defesa da vida, soluções econômicas e confiança nas pesquisas científicas. Estamos em guerra contra um inimigo invisível.
Precisamos como uma sociedade humana, unir esforços para vencer as próximas batalhas juntos e liderados não pela politicagem ou histeria, mas pela informação.