"Vamos ter que renovar”, afirma Guedes sobre auxilio emergencial
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Governo pode prorrogar o auxílio emergencial caso a pandemia da covid-19 se agrave no país e o programa de imunização não atinja níveis suficientes para a maior parte da população. Pelo prazo atual, o benefício será pago até julho.
“Se Deus quiser, teremos dias melhores à frente e vamos celebrar também o fim dessa doença, mas o auxílio emergencial é uma arma que nós temos e pode, sim, ser renovado. Se, ao contrário do que esperamos, se a doença continuar fustigando, e as mortes continuam elevadas, a vacina, por alguma razão não está chegando, tem que renovar, vamos ter que renovar”,
afirmou Guedes.
Ao participar nesta quinta-feira (27) do encontro Diálogos com a Indústria, em Brasília, o ministro comentou sobre uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que já existe e foi aprovada no ano passado, a qual permite o aumento de gastos para cobrir as necessidades de combate e reflexos da pandemia. Segundo Guedes, por meio dela, é possível estender o pagamento, como foi feito para este ano.
Apesar disso, não é com esta possibilidade que o governo vem trabalhando no momento, disse o ministro.
“Não é a nossa expectativa hoje. A expectativa é que está avançando a imunização, mas vamos observar. O auxílio é uma ferramenta para uma camada de proteção e, sim, que tem que ser renovado. Hoje achamos que, se a vacinação em massa progride, pode ser que não seja necessário [ampliar o pagamento do auxílio]”,
informou.
Motivos que levará a aprovação
Para Guedes, a resposta que definirá se haverá ou não a prorrogação do auxílio emergencial será o desenrolar da pandemia e o ritmo de vacinação.
“Se nós tivermos vencendo o combate, a vacinação em massa e, mais, até o final de julho, tivermos vacinado 60%, 70% da população e com 100% da população idosa vacinada, onde está a maior parte da incidência de óbitos. Se nós atingirmos o controle da pandemia através da imunização, porque antes era a ideia de imunização de rebanho, não se falava em vacina, nunca se falou em vacina, teste em massa, quando a doença chegou, depois é que foram se desenvolvendo estes armamentos adicionais. Desenvolveu-se a vacina e começou a busca pela vacina”,
explicou o ministro,
Guedes também comentou que, embora o programa anterior para a liberação do auxílio emergencial tivesse prazo para terminar em 31 de dezembro de 2020, algumas parcelas ainda seriam pagas nos dois primeiros meses deste ano.
Segundo o ministro, o cálculo da primeira fase do auxílio tinha sido feito com base em expectativas do Ministério da Saúde sobre a evolução da pandemia logo no começo dos casos no Brasil. O cenário, no entanto, não se confirmou, e veio a segunda onda e a necessidade de novos auxílios.
“Hoje é fácil dizer que o governo não viu isso e aquilo. Na verdade, o Brasil inteiro foi para as eleições. Se a classe política achasse que a doença estava aí, firme e forte ainda, ela tinha adiado as eleições. Havia uma convicção de que a doença estava arrefecendo. Aconteceram as eleições, depois vieram as festas de fim de ano, as festas dos mais jovens”,
destacou.