Urbs afirma que passagem de ônibus de Curitiba subiu menos que os custos do transporte
Após o reajuste da tarifa de ônibus de Curitiba, que passará de R$ 5,50 para R$ 6 a partir da zero hora desta quarta-feira (1º), o presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Ogeny Pedro Maia Neto, afirmou que o aumento está abaixo do percentual de elevação dos gastos ao longo dos últimos 12 meses. De acordo com a URBS, o custo de operação do sistema teve aumento bem superior ao do que foi aplicado à tarifa.
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“Nós tivemos um aumento grande no combustível, também tivemos o reajuste da categoria de motoristas, cobradores e operadores do sistema, e os custos aí de todo o transporte, ou seja, pneus, combustíveis, lubrificantes, ARLA, enfim, todos os custos que envolvem o transporte coletivo”, explica Maia, que compara o percentual do aumento da passagem com o de todos os itens que influenciam na elaboração da tarifa técnica, que é o custo das empresas para transportar cada passageiro.
“[O aumento de] 9,09% é praticamente o valor da inflação de veículos e peças no setor. A variação do transporte coletivo foi de 13% no mesmo período, então nós reajustamos abaixo da variação do transporte coletivo no período tarifário. Infelizmente tivemos um aumento relevante e não há como segurar, quanto mais segurar, mais tempo a gente segurar, mais é o dispêndio do município com o subsídio’, complementa o presidente da URBS.
Por contrato, a tarifa é reajustada no fim de fevereiro de cada ano, com base na variação de custos do transporte coletivo. A exceção foram os anos da pandemia (2020 e 2021), em que a tarifa ficou congelada. Em 2022, o reajuste havia sido de 22%.
No último ano, o diesel, por exemplo, acumula alta de 16%, enquanto custos de veículos (amortização, peças e acessórios) subiram 9,58%. “Estamos mantendo, para o passageiro, tarifa social, pela qual ele paga um valor menor do que o custo real do sistema, que é a chamada tarifa técnica. Se atualizássemos pelo custo real, o passageiro teria que pagar R$ 7,05. O valor da tarifa técnica subiu 11% entre março de 2022 e março de 2023”, diz o presidente da Urbs.
Cartão-usuário e vale-transporte
Para quem adquiriu créditos por meio de vale-transporte (aquele em que o empregador carrega os créditos para seus funcionários), o novo valor da tarifa só vale para novas compras. Assim, se o usuário tinha dez passagens a R$ 5,50 (R$ 55), ele continuará com o mesmo número de bilhetes com um prazo de carência para uso de 30 dias a partir de 1 de março. Após esse período, o desembolso será de R$ 6 por passagem.
Para o cartão-usuário (que é carregado por pessoa física), no entanto, não há carência e passa a valer a nova tarifa de R$ 6 sobre os créditos já adquiridos a partir do dia 1º de março.
“Nós temos o benefício do vale transporte, então hoje 65% de todas as passagens são cobertas pelo empregador. O empregado paga 6% do valor total. Então, claro, é substancial o aumento, porém, quando você trata de vale transporte, o afetamento ao salário do trabalhador é menor. Também nós temos trabalhado junto ao Governo Federal que pague o subsídio dos idosos, que representa praticamente 65 centavos da tarifa. No ano passado nós conseguimos 25 milhões e estamos trabalhando junto ao Governo federal para que ele possa pagar esse subsídio, uma vez que ele é imposto pela lei federal”.
O presidente da URBS também explicou os motivos para que Curitiba tenha uma das tarifas mais altas entre as capitais brasileiras. Esse valor mais elevado seria causado pela integração do sistema com grande parte da Região Metropolitana de Curitiba.
“Nós temos a terceira passagem mais cara do sistema, porém nós temos a maior integração dentro do sistema, considerando toda a integração da Região Metropolitana, em que você pega um ônibus lá em Almirante Tamandaré, por exemplo e vai até a CIC, vai até Araucária, vai até Fazenda Rio Grande, ou então Quatro Barras. Enfim, você anda, com apenas uma passagem, mais de 40 quilômetros, 50 quilômetros dentro do sistema. Então, é uma passagem mais integrada, nós temos aí Porto Alegre e Belo Horizonte que tem uma passagem mais onerosa do que a nossa”, conclui.
Linhas com tarifa reduzida
A Prefeitura também vai manter a política de preço reduzido fora do horário de pico. O benefício engloba 11 linhas, cujo valor passa de R$ 4,50 para R$ 5.
Esse valor é válido das 9h às 11h e das 14h às 16h e para pagamento exclusivo com o cartão-transporte usuário. As linhas são: 212 Solar, 213 São João, 214 Tingui, 265 Ahú/Los Angeles, 461 Santa Bárbara, 965 São Bernardo, 661 V. Lindóia, 662 Dom Ático, 666 Novo Mundo, 860 V. Sandra e 870 São Braz.