Santander é condenado a pagar 68 mi de euros a executivo após batalha judicial

Publicado em 10 dez 2021, às 12h34. Atualizado às 12h35.

Por Jesús Aguado e Emma Pinedo

MADRI (Reuters) – Um tribunal de Madri ordenou que o Santander pague ao banqueiro italiano Andrea Orcel em 67,8 milhões de euros (76,42 milhões de dólares) em um caso famoso no mundo financeiro em que o executivo foi indicado para ser presidente-executivo da instituição, mas o convite acabou sendo retirado pelo banco espanhol.

A disputa entre Orcel e a presidente do conselho de administração do Santander, Ana Botín, rompeu um vínculo profissional próximo – Orcel tinha sido anteriormente conselheiro do banco de investimento de Botín – e deixou o famoso executivo do mercado financeiro sem trabalho.

Orcel e Botín acabaram indo parar na Justiça depois que o maior banco da Espanha desistiu dos planos de tornar o ex-executivo do banco de investimento UBS seu presidente-executivo como resultado de um desentendimento sobre a remuneração dele. Orcel já tinha saído do UBS para se preparar para a nova função no Santander.

O tribunal afirmou que a carta com oferta do posto para Orcel foi um contrato vinculante e que o Santander tem que compensá-lo pela desistência. “O contrato foi unilateralmente e arbitrariamente rescindido pelo Santander”, afirmou o tribunal na decisão que pode ser alvo de recurso.

“A situação criada pelo Santander causou ao senhor Orcel claro dano moral”, segundo a decisão de 9 de dezembro, mas divulgada nesta sexta-feira.

O tribunal disse que o Santander deve pagar a Orcel 17 milhões de euros por um bônus de assinatura, 35 milhões de euros por uma relacionada à aquisição, 5,8 milhões de euros por dois anos de salário e 10 milhões de euros por danos morais e de reputação. O Santander também deve pagar juros desde a data da abertura do processo.

Um porta-voz do Santander disse que o banco vai apelar da decisão. Tanto a equipe jurídica de Orcel quanto um porta-voz do banqueiro italiano se recusaram a comentar o assunto. Orcel originalmente cobrou 112 milhões de euros ao Santander por quebra de contrato e danos à sua carreira devido à repentina reviravolta do banco. Mas em maio desistiu da parte da ação que exigiria que o banco espanhol o contratasse. Isso ocorreu depois que ele foi nomeado presidente-executivo do UniCredit.

Orcel também reduziu sua demanda para entre 66 milhões e 76 milhões de euros, segundo fontes próximas ao assunto, um documento do tribunal e um advogado do Santander.

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