A perda de 7,774 milhões de postos de trabalho em apenas um trimestre foi recorde na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população ocupada desceu à mínima histórica 85,936 milhões de pessoas, enquanto outras 12,710 milhões buscavam um emprego no trimestre encerrado em maio.
Em relação ao mesmo período do ano anterior, há menos 273 mil desempregados, uma queda de 2,1%. No entanto, em apenas um trimestre a população desempregada subiu 3,0%, 368 mil pessoas a mais.
O total de ocupados encolheu 7,5% no trimestre encerrado em maio de 2020 ante o trimestre terminado em maio de 2019, o equivalente a 7,011 milhões de pessoas a menos trabalhando. Em relação ao trimestre até fevereiro, a ocupação recuou 8,3%.
A taxa de desemprego passou de 12,3% no trimestre até maio de 2019 para 12,9% no trimestre encerrado em maio de 2020. No trimestre até fevereiro, a taxa de desemprego estava em 11,6%.
O avanço no contingente de inativos impediu uma alta ainda maior no desemprego em maio. A inatividade saltou 15,9% em maio deste ano ante maio do ano passado, 10,279 milhões de pessoas a mais nessa condição. Em apenas um trimestre, a população inativa teve uma elevação de 9,026 milhões de pessoas a mais, alta de 13,7%.
O nível da ocupação, que mede o porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 49,5% no trimestre até maio deste ano, ante 54,5% no trimestre até maio de 2019. No trimestre até fevereiro, o nível de ocupação era também de 54,5%.
“É a primeira vez que o nível da ocupação fica abaixo de 50%. Menos da metade da nossa população em idade de trabalhar está ocupada. Isso é um fato bastante relevante”, observou Adriana Beringuy. “É a menor população ocupada da nossa série (iniciada em 2012)”, completou.