A pandemia do novo coronavírus provocou uma perda generalizada de postos de trabalho no trimestre encerrado em junho, mas os mais impactados ainda são os trabalhadores informais, segundo Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE).
O País alcançou uma taxa de informalidade de 36,9% no mercado de trabalho no trimestre até junho, a menor da série histórica iniciada em 2016, com 30,8 milhões de trabalhadores atuando na informalidade.
O resultado significa 6,038 milhões de trabalhadores informais a menos em apenas um trimestre, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo IBGE.
“A saída do trabalhador informal responde por mais de 70% da queda na ocupação”, lembrou Adriana Beringuy.
O País registrou a demissão de 2,385 milhões de pessoas sem carteira de trabalho no setor privado no trimestre encerrado em junho, enquanto outros 2,495 milhões de trabalhadores por conta própria perderam suas ocupações.
Mais 2,942 milhões de vagas com carteira assinada no setor privado foram extintas em um trimestre. O total de vagas formais no setor privado desceu a 30,2 milhões, menor patamar da série. Houve uma perda ainda de 429 mil empregadores em um trimestre.
Outros 1,257 milhão de trabalhadores domésticos perderam seus empregos no período. Após a queda recorde, o trabalho doméstico caiu ao piso da série, 4,7 milhões de pessoas.
O setor público abriu 708 mil vagas em um trimestre, que, segundo o IBGE, responde a um movimento sazonal de contratação de mão de obra após as dispensas também sazonais no fim do ano anterior.