Não há solução rápida para retornar inflação à meta, diz Pill, do BC britânico

Publicado em 19 nov 2021, às 11h26. Atualizado às 11h30.

Por David Milliken

BRISTOL, Inglaterra (Reuters) – Será necessário ter paciência antes de a inflação do Reino Unido retornar à meta de 2% do banco central britânico, o que gera um momento desconfortável para ser um banqueiro central, disse o economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Huw Pill, nesta sexta-feira.

“Não há solução rápida, e essa falta de uma solução rápida significa que será necessária certa paciência”, disse Pill em uma conferência em Bristol organizada pelo Observatório Econômico e pelo Festival de Economia.

Pill disse que não decidiu se votará por um aumento nos juros de 0,1% para 0,25% no mês que vem, valor que os mercados financeiros precificam como quase certo depois que dados desta semana mostraram alta da inflação para uma máxima em 10 anos de 4,2%.

O presidente do banco central britânico, Andrew Bailey, e Pill disseram que as taxas de juros precisarão aumentar para conter a inflação, mas os mercados anteciparam errado o movimento do início deste mês, quando o Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra decidiu aguardar mais dados do mercado de trabalho antes de oficializar uma mudança nos custos dos empréstimos.

Pill disse que a comunicação de política monetária está se tornando mais complicada devido aos riscos bilaterais para o crescimento e a inflação, em contraste com os fortes riscos baixistas durante a pandemia de Covid-19.

O BoE quis “treinar” os mercados para se concentrar mais nas perspectivas de médio prazo e nos riscos bilaterais, disse Pill, que é ex-economista do Goldman Sachs, mas alguma volatilidade é inevitável devido à incerteza sobre o momento preciso das elevações nos juros.

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