Mulheres recebem quase 20% a menos que homens no setor privado, diz governo
Um estudo governamental revela disparidade salarial de gênero em grandes empresas brasileiras. Segundo o 1º Relatório de Transparência Salarial, divulgado pelo Ministério das Mulheres e do Trabalho e Emprego, mulheres recebem em média 19,4% menos que homens nessas corporações. A diferença é ainda mais acentuada em cargos de liderança, chegando a 25,2%.
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O levantamento abrangeu 49.587 estabelecimentos do setor privado com mais de 100 funcionários, realizado até março deste ano. Conforme os dados, a maioria das empresas participantes (73%) tem uma década ou mais de atuação, contabilizando quase 17,7 milhões de colaboradores.
A obrigatoriedade do envio dessas informações está estipulada na lei de igualdade salarial entre os gêneros, em vigor desde julho do ano anterior. A legislação prevê penalidades severas para empresas que não cumprirem as normas de equiparação salarial, incluindo multas significativas, estipuladas em até dez vezes o valor do salário do empregado discriminado. Além disso, a lei reforça a necessidade de tratamento igualitário em relação à raça e etnia.
No recorte por raça/cor, as mulheres negras, além de estarem em menor número no mercado de trabalho (2.987.559 vínculos, 16,9% do total), são as que têm renda mais desigual. Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 3.040,89, correspondendo a 68% da média, a dos homens não-negros é de R$ 5.718,40 — 27,9% superior à média. Elas ganham 66,7% da remuneração das mulheres não negras.
Diferença por estados
Os dados mostram diferenças significativas por unidades da federação, a depender das variáveis. O Distrito Federal, por exemplo, é a unidade da Federação com menor desigualdade salarial entre homens e mulheres: elas recebem 8% a menos que eles, em um universo de 1.010 empresas, que totalizam 462 mil ocupados. A remuneração média é de R$ 6.326,24.
Os estados de Sergipe e Piauí também apresentaram as menores diferenças salariais entre homens e mulheres, com elas recebendo 7,1% e 6,3% menos do que os homens, respectivamente. Porém, ambos os estados possuem remuneração média menor: R$ 2.975,77 em Sergipe e R$ 2.845,85 no Piauí.
São Paulo é o estado com maior número de empresas participantes, um total de 16.536, e maior diversidade de situações. As mulheres recebem 19,1% a menos do que os homens, praticamente espelhando a desigualdade média nacional. A remuneração média é de R$ 5.387.
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