As famílias tiveram uma trégua com os gastos alimentícios no mês de julho. O grupo Alimentação e Bebidas saiu de uma alta de 0,38% em junho para um ligeiro avanço de 0,01% em julho, dentro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os alimentos para consumo no domicílio passaram de aumento de 0,45% em junho para alta de 0,14% em julho. O avanço foi puxado pelo encarecimento das carnes, que já tinham subido 1,19% em junho, e agora avançaram 3,68%, um impacto de 0,09 ponto porcentual no IPCA do mês.
“Já tinham subido 1,19% em junho e subiram mais em julho. Tem a ver com a questão da exportação, houve maior demanda pela carne brasileira no exterior, diminuiu a oferta interna e isso acabou se refletindo nos preços”, explicou Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.
As famílias também pagaram mais pelo leite longa vida (3,79%), arroz (2,20%) e frutas (1,09%). Por outro lado, houve redução de preços na batata-inglesa, -24,79%, maior contribuição individual negativa no IPCA de julho, com -0,06 ponto porcentual. Cenoura (-20,67%) e tomate (-16,78%) também ficaram mais baratos.
“Batata é oferta da safra de inverno, normal ter queda na batata no meio do ano”, justificou Kislanov.
A alimentação fora do domicílio passou de aumento de 0,22% em junho para uma queda de 0,29% em julho. O lanche fora de casa recuou 0,86%, enquanto a refeição fora diminuiu 0,06%.
Segundo Kislanov, ainda não é possível dizer que a reabertura de bares e restaurantes em meio à flexibilização de medidas de isolamento social no combate à pandemia do novo coronavírus tenha afetado os preços.
“A nossa coleta ainda está sendo feita de forma remota, tanto por telefone quanto por aplicativo. É muito cedo pra gente fazer comentário nesse sentido. Geralmente esse movimento demora um tempo para ter impacto sobre os preços”, disse o gerente do IBGE.