Em dia que se mostrava misto no exterior, mas que terminou positivo em Nova York, o Ibovespa fechou a sessão desta terça-feira, 30, em baixa, tendo chegado a perder a linha de 95 mil pontos, pressionado pelo desempenho negativo das ações de bancos. Mais cedo, o índice estacionava em torno dos 95,5 mil pontos neste encerramento de mês e de trimestre, faixa ao redor da qual vinha se mantendo desde o dia 17 de junho. Ao final, apontava perda de 0,71%, aos 95.055,82 pontos, tendo oscilado entre mínima de 94.806,47 e máxima de 96.257,30 pontos, com giro financeiro a R$ 27,5 bilhões.
Apesar do desempenho negativo nesta terça-feira e da perda de fôlego observada na quinzena final de junho, o principal índice da B3 fechou o segundo trimestre com ganho de 30,18%, saindo de 73.019,76 pontos em 31 de março para 95.055,82 pontos no fechamento de hoje. Assim, em porcentual, foi o melhor desempenho trimestral desde os últimos três meses de 2003, quando o Ibovespa saiu de 16.010 pontos no encerramento de 30 de setembro para 22.236 pontos no de 30 de dezembro daquele ano, em progressão de 38,89% no período. Em junho, o Ibovespa acumulou ganho de 8,76%, após avanço de 8,57% em maio e de 10,25% em abril, que sucederam a histórica perda de 29,90% em março. No ano, encerrado o primeiro semestre, o Ibovespa acumula retração de 17,80%.
“Depois de um primeiro trimestre muito difícil, o segundo mostrou recuperação importante, mas, nesta última quinzena de junho, o mercado aqui e fora ficou neste vai, não vai, sentindo a necessidade de realizar (lucros), o que não ocorreu porque tem toda esta liquidez disponível”, observa Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, chamando atenção para a dificuldade de prever uma direção para julho, ainda no “escuro”, dado o elevado grau de incerteza quanto à pandemia, o grau de retomada da atividade e de recuperação das economias.
“O Ibovespa permanece travado entre os 94 mil e 97,7 mil pontos, e precisará romper um destes extremos. Fazendo uma leitura do gráfico, fica claro que existe bastante suporte (90 e 94 mil), e uma chance maior de que rompa para cima”, diz Fernando Góes, analista técnico da Clear Corretora. “Para anular a probabilidade de alta atual, o Ibovespa precisaria perder o seu suporte mais forte, que é o de 90 mil pontos, o que seria um banho de água fria no mercado”, acrescenta. “Vários indicadores técnicos, como rastreadores de tendência e médias, mostram que existe uma chance maior de o Ibovespa subir. O espaço é bem mais livre para cima”, conclui o analista gráfico.
Em dólar, o Ibovespa neste fim de junho ficou em 17.472,85 pontos, comparado a 16.370,89 no fechamento de maio, que já era uma leitura mais apreciada do que a de abril e março. Em junho, o dólar avançou 1,90%, bem abaixo da progressão do Ibovespa, de 8,76%. Em maio, o Ibovespa em dólar refletiu queda de 1,83% para a moeda americana frente ao real e alta de 8,57% para o índice da B3.
No fim de janeiro, o Ibovespa dolarizado estava em 26.548,55, passando a 23.260,37 pontos no encerramento de fevereiro e a 14.051,44 no de março. No dia 23 de janeiro, quando o Ibovespa renovou máxima histórica de fechamento, aos 119.527,63 pontos, o índice dolarizado estava em 28.688,46 e, no encerramento de 2019, a 28.826,29 pontos. No encerramento de abril, o Ibovespa dolarizado estava a 14.802,41 pontos, refletindo especialmente o avanço do índice no mês (+10,25%), acima do observado no dólar (+4,66%).