Milhares protestam em Viena contra restrições da Covid antes de lockdown
VIENA (Reuters) – Milhares de pessoas, muitas delas apoiadoras de extrema direita, protestaram neste sábado (20) em Viena contra restrições relacionadas ao coronavírus, um dia após o governo austríaco anunciar um novo lockdown e tornar obrigatória a vacina a partir do ano que vem.
Assobiando, batendo palmas, buzinando e batucando, a multidão se aglomerou na Praça dos Heróis, em frente ao Hofburg, antigo palácio imperial no centro de Viena. Muitos manifestantes agitavam bandeiras austríacas e outros carregavam cartazes com dizeres como “não à vacinação”, “já chega” ou “abaixo a ditadura fascista”.
Até o meio da tarde (no horário local), a multidão havia aumentado para cerca de 35 mil pessoas, de acordo com a polícia, e marchava pelo anel viário interno de Viena antes de voltar para Hofburg.
Aproximadamente 66% da população da Áustria está totalmente vacinada contra a Covid-19, uma das taxas mais baixas da Europa Ocidental. Muitos austríacos são céticos em relação à vacina, visão encorajada pelo Partido da Liberdade, de extrema direita, o terceiro maior no Parlamento local.
Com as contaminações diárias ainda batendo recordes, mesmo depois de um lockdown imposto aos não vacinados nesta semana, o governo disse na sexta-feira (19) que voltará a impor o lockdown total na Áustria na segunda-feira e tornará a vacinação obrigatória a partir de 1º de fevereiro.
O Partido da Liberdade e outros grupos críticos à vacina já planejavam uma demonstração de força em Viena neste sábado, mas o anúncio de sexta-feira incendiou sua base e levou o líder do grupo, Herbert Kickl, a declarar que, “a partir de hoje, a Áustria é uma ditadura”.
Kickl não conseguiu comparecer à manifestação, pois se infectou com a Covid-19.
(Por Leonhard Foeger e Francois Murphy)