Crítica: Sicario: Dia do Soldado - Filme repete clima de Sicario (2015) e traz nova e tensa trama!

por TOMMO
Publicado em 27 jun 2018, às 17h12.

Sicario: Terra de Ninguém foi umas das grandes surpresas de 2015, o filme dirigido por Denis Villeneuve a trama segue uma agente lutando contra carteis de drogas e tentando entender como algumas grandes engrenagens funcionam.

A obra é uma grande mistura de ótimos elementos, a cinematografia característica do diretor, as ótimas intepretações, um clima tenso e uma história densa e intrigante que se desenrola aos olhos e impressão de uma única figura, a personagem vivida por Emily Blunt.

Um sucesso de críticas e apesar de um rendimento não tão significante (custou 30milhões de dólares e arrecadou 84milhões) a produção garantiu uma continuação.

Sicario: Dia do Soldado descarta a personagem de Emily Blunt e foca em contar uma história do ponto de vista dos personagens de Benicio Del Toro e Josh Brolin. Ainda com a fronteira dos Estados Unidos e México como cenário, a trama se desenrola a partir do tráfico de terroristas através da fronteira, tais reclassificam os carteis mexicanos como terroristas e coloca o agente Matt Graver (Josh Brolin) em uma missão para desestabilizar as organizações criminosas.

Sem a direção de Denis Villeneuve, a produção conta com a estreia hollywoodiana de Stefano Sollima, um diretor italiano que tem se destacado com seu trabalho em cinema e tv. Stefano replica muita bem a tensão criada por Villeneuve e a tentativa de replicar sua a forma autoral funciona, não é perfeita, mas deixa a continuação com o mesmo clima do filme de 2015.

Taylor Sheridan, responsável pela obra original, retorna na continuação. O roteirista assina, além das obras de Sicario, filme com uma pegada de faroeste, é dele o roteiro dos ótimos Terra Selvagem (2017) e do indicado ao Oscar de melhor filme A Qualquer Custo.

Em Sicario: Dia do Soldado, o roteiro muda o ponto de vista, que antes foi de um único personagem, para um ponto de vista divido e que trafega entre os personagens de Brolin e Del Toro, o grande problema é que essa mudança cria a necessidade de uma linha narrativa para cada personagem. Apesar dessas duas linhas funcionarem muito bem uma com a outra, os temas abordados para desenvolver os personagens se confundem e se perdem ao ponto de esquecer sobre o que realmente o filme era, apesar disso, sem perder o clima e a atmosfera desejada.

O retorno de Josh Brolin e Benicio Del Toro auxiliam na criação dessa atmosfera, os personagens mantem o perfil já apresentados e também servem muito bem de ancora para um filme onde eles são o foco. Desnecessário falar sobre a competência dos atores, tal competência que auxilia a manter o interesse pelo filme, mesmo que a história se perca em algum momento.

Apesar das claras comparações e expectativas em relação a Sicario: Terra de Ninguém, a continuação vive a sua expectativa, cria a atmosfera necessária e esperada, usa muito bem os protagonistas e seus interpretes e mesmo falhando em contar uma história tão linear e cativante como a produção original, o filme se sustenta com o que apresenta e deixa o espectador tenso e empolgado.