Crítica: O Esquadrão Suicida
O Esquadrão Suicida, do diretor James Gunn é um espetáculo criativo e mega violento. O cineasta usou todo o sangue e mutilação que não pode na Marvel, nos levando em uma aventura insana e divertida. A nova versão tão repentina do filme não trazia esperanças aos fãs, e a Warner Bros. provou que vale dar uma segunda chance.
A premissa é a mesma do filme de 2016, o novo longa aproveita que o público já está familiarizado com a ideia do esquadrão e dá logo início à ação. Amanda Waller (Viola Davis), recruta um grupo de supervilões para uma missão em uma ilha remota da América do Sul, em troca, os prisioneiros têm a pena diminuída.
As histórias são iguais só nesse ponto, alguns elementos até apontam para uma sequência entre um filme e outro, principalmente por contar com o retorno de alguns personagens, tirando isso, um filme não tem nada haver um com o outro. O Esquadrão Suicida foca no absurdo, vai pelo caminho de não ser levado a sério, investe no caos mórbido repleto de banho de sangue, mexendo com nossa imaginação nos questionar “como será a próxima morte”.
O longa é bem fluido e cheio de reviravoltas, essas que, nos deixa esperando TUDO, sem conseguir prever quem vai morrer, deixando você afoito e torcendo para que os heróis consigam sobreviver.
Os chamei de heróis, pois em O Esquadrão Suicida, os vilões protagonistas perdem a vileza, mantendo “apenas” o sadismo de combate, fazendo com que o extermínio dos inimigos seja um show a parte. Cenas essas que é uma característica de Gunn em seus tempos de horror gore (Madrugada dos Mortos e Tromeo & Juliet).
Acabamos conhecendo outro lado dos personagens além de desajustados, um lado querido e preocupado. O grupo acaba sendo liderado por Sanguinário (Idris Elba), substituto do papel de Will Smith, que também traz um drama familiar em sua história. A disputa de quem é o melhor ao estilo comédia pastelão entre o Sanguinário e o Pacificador (John Cena) traz momentos altos ao longa.
O time fica completo com Caça-Ratos 2 (Daniela Melchior), Bolinha (David Dastmalchian) e o tubarão Nanaue (com a voz de Sylvester Stallone), esses personagens despertam nossa curiosidade sobre seus poderes e como serão usados. O resultado de habilidades que incluem lançamento de confetes coloridos e controle de ratazanas não poderia ser outro, é bizarro e divertido.
Margot Robbie retorna em seu papel de Arlequina, e acaba entrando para o grupo. A personagem que sofreu duras críticas no filme de 2016, deu a volta por cima, ganhando seu filme-solo e, agora, brilha ainda mais. Robbie com seu carisma já conquistou o público e os leva ao cinema.
O roteiro equilibra os personagens dando foco a personagem sem transformá-la na única protagonista da história, deixando a obra dinâmica.
A produção não tem grandes nem poderosos diálogos, o breve diálogo é um apelo a importância da amizade e paternidade. O filme traz uma história sólida e aposta mesmo na violência gratuita com doses de humor juvenil, que até faz piada sobre millennials. O Esquadrão Suicida apresenta um lugar particular dentro do gênero de filmes de super-heróis, espaçando o senso de moralidade e justiça que o gênero costuma trazer.
O Esquadrão Suicida estreia nos cinemas em 5 de agosto. 45 dias após seu lançamento nas telonas, o longa estará disponível na HBO Max.