Crítica: A Morte de Stalin - Sátira tem humor Inteligente e diferenciado!
De 1922 até 1953 a Rússia foi comandada por Josef Vissariónovitch Stalin, em seu comando, o pais foi uma peça fundamental na derrota da Alemanha Nazista na 2ª Guerra Mundial, também sob seu comando o pais passou por uma grande industrialização, obteve melhoras nas condições de seu povo, expandiu seu território e também sob o comando de Stalin, a Rússia passou por massacres, fome, expurgo e as estimativas variam de 3 até 60 milhões de pessoas assassinadas sob seu regime.
Após a sua morte, uma grande confusão se passa dentro do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética (líderes que passam a controlar o país), apesar de um sucessor, o formato do governo dava brechas para tal confusão e aproveitando desse momento, Lavrentiy Beria então Ministério dos Assuntos Internos e também a pessoa a frente da Polícia Secreta da Rússia, ágil de forma a controlar o país.
A história real se passa em alguns meses e constituiria uma bela de uma temporada de House of Cards Versão Rússia, porém aos olhos do quadrinista Fabien Nury, a história toda é um grande pano fundo para uma comédia e em 2010, com ilustrações de Thierry Robin, é lança a Graphic Novel A Morte de Stalin, quadrinhos que em 2017 ganha sua versão para os cinemas.
O filme conta a confusão que toma o governo após a morte de Stalin. E mostra de forma sátira a luta de Lavrentiy Beria e de seus colegas na tentativa de se manter relevantes ou ascender ao poder.
Steve Buscemi (Fargo), Michael Palin (Monty Python), Rupert Friend (Homeland), Andrea Riseborough (Oblivion), Jason Isaacs (Saga Harry Potter), são apenas alguns dos nomes do ótimo elenco do filme.
Nomes de peso ou não, eles só importariam se a mistura fosse bem-feita, algo que o roteiro e direção, para lá de competentes, são capazes de fazer. Com a liderança de Armando Iannucci, o longa tem uma narrativa impressionante e no seu primeiro ato impressiona e mostra seu potencial ao contar, sem abusar do tempo, 3 histórias ao mesmo tempo.
Usando cortes rápidos e uma comédia ímpar, o filme mostra a relação de Stalin com seus ministros, como o povo temia o líder do país e como seu regime era imposto. Aproveitando tudo isso, o filme explica muita coisa importante para a história, apresenta seus personagens, seus dramas, duvidas e objetivos assim então prepara o espectador para o que desenrolar de uma rápida e cativante história.
Apenas imaginando ver uma comédia, fui surpreendido pela história e inteligência do humor de A Morte de Stalin, com um humor que varia em momentos criados em função da piada, mas feitos da forma certa e momentos irônicos e competentes em criar uma piada sem esfregar na cara do espectador o filme é sem dúvidas a melhor comédia que vejo a alguns anos.
Além desse aspecto, todo o resto funciona muito bem, figurino e locações funcionam pela função básica de estabelecer período e local e ainda por cima são elementos importantes em piadas mais uma vez inteligentes.
Sem dúvida, vale a pena repetir, uma das melhores comédias que já vi e também um dos melhores do ano até agora.
A Morte de Stalin chega aos cinemas na nesta quinta, dia 07 de Junho!