Érica Imenes, co-escritora do livro K-Pop – Manual de Sobrevivência, conversou com à equipe do Tommo sobre os desafios de escrever com as amigas, suas paixões e um possível novo livro
Em passagem por Curitiba, a co-escritora do livro K-Pop- Manual de Sobrevivência, Érica Imenes, bateu um papo com a equipe do Tommo e revelou os desafios de escrever com as amigas, suas paixões e um possível novo livro. Confira abaixo: Qual foi seu primeiro contato com a cultura coreana ? Érica Imenes: Recebi um vídeo de um grupo chamado 2NE1, após isso, entrei na fã base do grupo BEAST, divulgando eles em uma rádio online. Depois consegui uma vaga no extinto portal SarangInGayo como tradutora, a Natália Park abriu espaço e começamos a trabalhar juntas. A cena musical brasileira também ajudou a entrar no mundo do K-Pop, em minha opinião tudo era do mesmo, não me motivava parecia falsificado, não parecia que vinha de algum lugar sincero. A música parou de me mover e eu me reencontrei no K-pop, pois não é só musica, e sim, uma cultura. Uma galera também se motiva pela música e começa a estudar coreano e acabar sendo bilíngue. O Youtube foi essencial, antes das pesquisas nos portais, eu lia os comentários para encontrar novos grupos. Como funcionou para escolher os grupos citados no livro? Érica Imenes: Nós [Babi Dewet e Natália Pak] não queríamos cair em um almanaque de grupos, pois trabalhava com a cultura no geral, e o livro tinha que ser um reflexo disso. Nos grupos que foram inclusos levamos em conta a relevância, falamos das duas primeiras gerações e a ‘Neo Hallyu’, que começou em 2012. Nas duas primeiras gerações você consegue nomear facilmente os grupos, mas a partir da Neo, tivemos que pegar apenas os grandes, como EXO e BTS, por exemplo, e no final do livro indicamos os grupos menores, que também valem a pena conhecer, tentamos contemplar a cultura em geral. Teve partes do livro que tiveram de ser retiradas? Érica Imenes: Com certeza, esse livro é um grande resumo, fora a nossa experiência, o livro foi baseado no meu trabalho de conclusão de curso que tinha mais de 300 páginas, a minha equipe pesquisou no Centro Cultural Coreano, então tinha muito conteúdo. Nós [Babi Dewet e Natália Pak] fizemos um esqueleto para o projeto, um assunto foi puxando o outro e seguimos uma fluidez diferente do que tínhamos previsto. Queríamos que fosse um panorama de tudo, a Coreia como país, política, sociedade e da onda coreana, como vocês encontram no inicio do livro, bem K-Pop ‘one a one’. O que você descobriu enquanto pesquisava para o livro? Érica Imenes: Eu me desarmei e comecei do zero. Queria saber da Coreia desde o sua fundação, estudando outros sociólogos, pesquisadores e foi surgindo outros pontos de vista, descobri tudo novo. Isso ampliou meus conhecimentos para conversar com outros. Como foi escrever com as co-escritoras? Érica Imenes: A Natália Park escreve muito bem, ela tem educação brasileira e coreana e a Babi já é escritora, inclusive estava escrevendo ‘Turma da Mônica Jovem’ simultaneamente. Para o projeto, comecei a fazer a base, o esqueleto, a maior parte, a agente literária chegou para nós três e disse que precisava do manuscrito para duas semanas. Para agilizar, fizemos um arquivo colaborativo que cada uma em diferente horário atualizava. A Natália ficou responsável pela parte histórica da Coreia. Temos um jeito para escrever diferente, eu particularmente gosto de escrever ouvindo musica, já a Babi não pode ter barulho escrevendo e tem que ser na madrugada. Conversávamos remotamente, cada uma no seu home office. Como foi feita a capa do livro? Érica Imenes: A inspiração para a capa foi os próprios álbuns de K-Pop, levamos uma pilha de cds para o designer conhecer e queríamos algo que remetesse o conceito do gênero , além de possuir um holográfico. Na primeira versão para a capa parecia muito infantil, faltando um pouco mais de uma semana para o lançamento negamos a versão, pedindo para trocar, fazendo a equipe começar do zero. Esse livro não ia sair se não estivesse do jeito que a galera do K-Pop deveria receber, ele tinha que ter uma aparecia para os pais quererem ler também e os que não conhecem o gênero despertarem a curiosidade. Qual foi a duração total do projeto ? Érica Imenes: Foi bem corrido, no total de seis meses após a assinatura do contrato. Qual foi sua influencias coreanas para se inspirar? Érica Imenes: É difícil escolher uma só, eu me inspiro com a gastronomia coreana absurdamente, 90% do tempo que eu cozinho leva o tempero coreano, isso é meu ‘confort food’, mas também, além da música, amo as maquiagens, eu gosto bastante, eu tenho várias válvulas de escape que acabam na coreia. Sobre um segundo livro é possível? Érica Imenes: A editora dá um grande espaço e aposta na cultura coreana, sentimos extremamente confortável trabalhar com eles, então podemos trabalhar com novos projetos, esse ano ainda vai ter divulgação do K-Pop Manual de Sobrevivência. Amo fazer turnê e conhecer novas pessoas e saber que inspiramos com aquilo que nos inspirou, isso é muito impagável. A cultura coreana me apresentou para as minhas duas irmãs na vida, a Babi e a Natália. Falando sobre turnê, como foi o lançamento na Bienal do Livro no Rio de Janeiro? Érica Imenes: Tivemos uma experiência surreal na Bienal, era para ficarmos apenas um final de semana, mas continuamos a semana toda e todo dia aparecia gente. Foi absurdo! Não esperávamos isso no Rio de Janeiro, ver os pais entrar com os filhos com dúvidas do que é K-Pop e sair de lá com uma chance de se aproximar dos filhos é emocionante. Na internet as meninas vem falar comigo dizendo que agora os pais conhecem elas melhor. Quais são seus próximos projetos? Érica Imenes: Espero viajar para a Coreia e produzir conteúdo para a ‘Chimera Media’, meu novo projeto, ter novas experiências e mostrar em vlogs, não somente eu e a Babi, mas também outros comunicadores. Finalizando sobre K-pop, indique algum grupo para nossos leitores! Érica Imenes: Para todos, eu panfleto Mamamoo, trabalhei com o diretor da Rainbow Bridge, a agência que gerência elas, ele fala português, então eu gosto muito desse grupo. Mas falando em Girls Power, no meu top cinco eu escolho: 2NE1, CL, Mamamoo, Ailee e Amber Liu, que é citada no livro com uma ‘Idol’ fora do padrão. Além delas, eu gosto das rappers como a Jessie, Nada e Tasha ( Yoon Mi Rae ). Fica a dica para o pessoal. O livro K-Pop Manual de Sobrevivência se encontra disponível nas melhores livrarias.