A Princesa e a Plebeia – Nova Aventura: Crítica
Por Fabricio Calixto
Vanessa Hudgens, nossa eterna Gabriella Montez de High School Musical está de volta na comédia romântica natalina que encantou de imediato os assinantes da Netflix em 2018, até mesmo catapultando o derivado espiritual Um Passado de Presente. Mas lá atrás, em A Princesa e a Plebeia, a simplicidade da trama esboçava o quão decidida e focada era a ideia de Michael Rohl, excluindo qualquer brecha para emplacar uma sequência. Estava redonda. Será que um segundo longa era realmente necessário?
Em A Princesa e a Plebeia – Nova Aventura, Margaret herda o trono de Montenaro e, por conta disso e de outros motivos pessoais, acaba rompendo o relacionamento com Kevin. Deste modo, a agora Princesa Stacy e todos os seus amigos devem fazer de tudo para que os dois reatem em meio à aparição de um novo interesse romântico da quase rainha e a conturbada chegada de Fiona, uma prima socialite que também é sósia de Margaret e esconde ambições obscuras quanto à coroa, tudo em clima natalino. Meio exagerado, não?
O problema dessa sobrecarga está no descaso com absolutamente todas as frentes do longa, principalmente nas conclusões individuais de cada ato. Há preguiça e pressa de sobra em resolver as subtramas. É tanta artificialidade e conveniência criativa que chega a ofender o espectador. A sequência não se garante nem mesmo na vertente cômica, recorrendo à farofeira do humor noventista, mas sem qualquer inspiração.
Hudgens ainda carrega o fardo de dar vida a uma terceira personagem, podendo ser essa uma de suas atuações mais embaraçosas — por culpa de um roteiro relapso e desvirtuoso. Ao menos Stacy e Margaret ainda têm gracejo, mesmo carecendo do mesmo brilho de 2018. Quando unem as três, os olhos reviram-se de tão insosso.
Mas quem fica no escuro mesmo é o elenco de apoio: Sam Palladio, Nick Sagar, a estreante Alexa Adeosun, Suanne Braun, Robin Soans, entre outros, estão todos lá da forma mais pincelada possível. Nem mesmo Lachian Niebor, que interpreta o novo interesse romântico vilanesco de Margaret, instiga alguma comoção. Um detalhe que vale ressaltar é um crossover inesperado que acontece nas cenas finais. Fãs de easter eggs, fiquem atentos.
No fim das contas, A Princesa e a Plebeia – Nova Aventura é uma sequência vazia e sem criatividade, que não traz um terço do encanto do filme de 2018 e empurra um “reshipp” que ninguém pediu. Não houve o devido cuidado que merecia, embora haja a confirmação de um terceiro filme. Será que ainda é possível salvar esse Natal?