Vacina: essencial para a saúde dos gatos
Quando um bebê felino chega às nossas casas, a primeira pergunta que fazemos é qual vacina para gato devemos aplicar. Afinal, elas são muitas e escolher a melhor para nosso peludo não é tarefa fácil.
Geralmente, essa decisão é tomada pelo médico veterinário. Contudo, é dever de todo tutor entender por que ele usa esta ou aquela vacina, em qual idade elas devem ser aplicadas, se há reforços e após quanto tempo o animal é revacinado.
Tipos de vacinas
No mercado veterinário brasileiro de vacina para gato, temos as vacinas polivalentes ou múltiplas, que protegem o animal contra mais de uma doença, e as monovalentes, que preservam o gato de apenas uma doença.
Vacinas polivalentes
As vacinas polivalentes ou múltiplas são chamadas de tríplice (V3), quádrupla (V4) e quíntupla (V5). Elas protegem contra três, quatro ou cinco doenças infectocontagiosas dos gatos, respectivamente.
A vacina de gato tríplice atua na proteção contra a rinotraqueíte infecciosa felina, a calicivirose felina e a panleucopenia felina. Ela é reconhecida como uma vacina essencial dos felinos pelos protocolos vacinais internacionais.
A vacina quádrupla previne o animal de todas as doenças da tríplice e a clamidiose felina. Já a quíntupla age contra todas as doenças da quádrupla junto à leucemia felina.
Vacinas monovalentes
A vacina para gato do tipo monovalente mais conhecida é a vacina contra o vírus da raiva. Também existe aquela que protege o animal contra o fungo Microsporum canis, mas ela não entra no protocolo vacinal regular.
De todas as vacinas citadas acima, somente a vacinação antirrábica é obrigatória em todo o território nacional. Ela é fornecida pelo governo, mas as polivalentes são essenciais para a boa saúde do gato.
Doenças que as vacinas previnem
Rinotraqueíte infecciosa felina
É uma doença do trato respiratório superior dos gatos causada por um herpesvírus que só acomete a espécie. Cerca de 90% dos gatos é portador desse vírus, por isso é muito difícil erradicá-la, sendo a vacinação a melhor forma de preveni-la.
Os sintomas são espirros, tosse, febre, falta de apetite, secreção ocular e nasal abundante, purulenta ou não a depender de infecções bacterianas secundárias em animais imunocomprometidos.
Calicivirose felina
A calicivirose felina também é uma doença causada por um vírus, altamente contagiosa, que acomete o trato respiratório superior do felino. A forma de transmissão é igual à do herpesvírus felino.
Os sintomas também são muito parecidos com a rinotraqueíte com o diferencial de provocar úlceras na mucosa oral, no palato mole e na língua. Nos animais com baixa imunidade, ela pode ser grave, mas geralmente é autolimitante.
Panleucopenia felina
É causada por um parvovírus, a partir do qual deriva o vírus da parvovirose canina. Ela causa gastroenterite sanguinolenta ou não, muitos vômitos, falta de apetite e febre. Apesar de mais grave que as demais, o tratamento para a panleucopenia é sintomático, apenas de suporte até o próprio animal conseguir superar a infecção, Então, ela também é auto-limitante.
Clamidiose felina
Esta doença é causada por uma bactéria chamada Chlamydophila felis e afeta os olhos dos gatos, causando conjuntivite. Sinais respiratórios não são comuns, mas podem ocorrer. Ela passa por contato direto e não costuma ser grave, a não ser em filhotes.
O tratamento é feito com antibióticos sistêmicos e oculares. Por se tratar de uma zoonose, recomenda-se o tratamento de todos os gatos da casa, mesmo que não apresentem sintomas.
Leucemia felina
A Leucemia felina é uma doença viral que enfraquece o sistema imunológico do animal, deixando-o sujeito a outras infecções, causando tumores (linfomas ou leucemia) e doenças degenerativas.
Ela passa por meio da saliva dos gatos infectados, geralmente em brigas. É uma enfermidade muito temida, pois se mostra de muitas formas que podem ser graves e levar o animal ao óbito. Não há tratamento, por isso a vacina para os grupos de risco é tão importante.
Protocolo vacinal
O protocolo vacinal varia conforme o animal. A vacina V5 para gatos é recomendada para todos os filhotes. Assim, o protocolo inicial é a 1ª dose de filhote com V3, 2ª e 3ª com V5. A partir de então, mantemos V5 somente para os adultos de grupos de risco.
A vacina V4 para gatos é mais indicada para animais de abrigo ou situações superpopulosas, visto que a clamídia só é transmitida pelo contato direto entre gatos. Ou seja, gatos de apartamento, por exemplo, nunca serão expostos – portanto podem receber V3.
A primeira vacina de gato deve ser aplicada aos 2 meses de idade, já que, antes disso, há interferência na vacinação pelos anticorpos maternos. Depois, há mais duas doses com intervalo de 30 dias. No mesmo dia da última dose, é possível administrar a vacina contra raiva.
Além disso, os consensos atuais recomendam reforços de acordo com o estilo de vida do gato. Por exemplo: felinos de abrigo, ou que têm acesso à rua, devem ser vacinados anualmente, pois tem grande desafio imunológico. Bichanos completamente domiciliados podem ser vacinados a cada 2 anos.
Para gatos entre as 16 semanas e 6 meses de vida, aplica-se somente 2 doses da polivalente e a antirrábica com reforço da polivalente entre 6 e 12 meses. Animais com mais de 6 meses recebem somente as 2 doses da polivalente com a antirrábica. Os reforços para ambos os casos são anuais.
Fonte: Centro Veterinario Seres