Mitos e verdades sobre a saúde de animais sem raça definida
31 de julho é considerado o dia do vira-lata. Os animais sem raça definida (SRD) são maioria nas casas brasileiras, segundo o PetCenso 2021, levantamento realizado pela DogHero. A predominância dos cães vira-latas é de 40% dos lares, já os gatos chegam a atingir o índice de 98%. Mas afinal, quem são os vira-latas?
Segundo a Dra. Mariana Borges, médica-veterinária na rede hospitalar WeVets, os animais sem raça definida são, na verdade, mestiços, ou seja, aqueles provenientes da mistura de raças no código genético. Mas, apesar da popularidade, existem dúvidas sobre eles no que diz respeito à imunidade, alimentação e longevidade.
Estudos comprovam que determinadas raças têm predisposição a desenvolver problemas de saúde. É o caso do pug. Pesquisa do Royal Veterinary College revela que os pugs são 1,9 vezes mais propensos do que outras raças a terem distúrbios registrados em um único ano. A síndrome das vias aéreas obstrutivas braquicefálicas é o problema mais registrado, com a raça 54 vezes mais inclinada a desenvolver essa condição.
De acordo com a Dra. Mariana, algo semelhante acontece com gatos persas que, assim como os cães braquicefálicos, têm o crânio “achatado” e o focinho “encurtado”, o que contribui para o surgimento de problemas respiratórios. Outros exemplos são cães labradores e gatos sphynx, espécies propensas a dermatites e outras doenças de pele.
A veterinária esclarece os principais mitos e verdades sobre os animais SRD. Confira abaixo:
Vira-latas são biologicamente diferentes de animais de raça – VERDADE
Existem diferenças biológicas entre vira-latas e animais de raça devido à criação seletiva das raças. Suas principais diferenças podem incluir genética, tamanho, aparência, saúde, comportamento, expectativa de vida e adaptabilidade.
Vira-latas são mais resistentes a doenças – VERDADE
Os vira-latas tendem a ser mais resistentes a doenças do que os cães de raça pura, por conta da maior diversidade genética. Eles apresentam um “pool genético” mais amplo em comparação aos cães que são criados para terem características específicas.
Vira-latas têm doenças específicas – MITO
Não existe uma doença específica que afeta exclusivamente os vira-latas. A saúde de um cão depende de diversos fatores, e a susceptibilidade a doenças varia entre indivíduos, independentemente da origem genética.
Vira-latas se recuperam mais rápido – MITO
O sucesso de um tratamento veterinário depende de fatores como a natureza da doença ou condição, a gravidade do problema, a idade do cão e sua saúde geral. A resposta ao tratamento pode variar significativamente de indivíduo para indivíduo.
Vira-latas precisam tomar todas as vacinas – VERDADE
Assim como os cães de raça definida, os cães vira-latas também precisam tomar todas as vacinas recomendadas para proteger a saúde e prevenir doenças.
Vira-latas podem comer qualquer coisa – MITO
Os vira-latas, assim como qualquer outra raça de cães, não podem comer qualquer coisa. A alimentação deve incluir uma dieta balanceada e variada, que atenda às necessidades nutricionais.
Vira-latas adotados da rua apresentam quadro clínico diferente – VERDADE
Após viverem nas ruas, vira-latas podem apresentar quadros clínicos diferentes em relação à saúde, seja de forma positiva ou negativa, dependendo das condições em que viveram, de experiências anteriores e do ambiente em que foram resgatados.
Vira-latas vivem mais – DEPENDE
Os cães vira-latas podem viver entre 10 e 15 anos. Quanto à comparação com cães e gatos de raça, não há uma resposta única, pois a expectativa de vida varia muito entre as diferentes raças.