Três taças e a plenitude

Publicado em 5 mar 2020, às 00h00. Atualizado em: 5 jun 2020 às 11h28.

Pela janela, o vento entra manso e causa efeito.
Nos corpos, o arrepio alucinante, prazer intenso.
Nudez de pura arte numa tríade da paixão insana.
Entrecruzar de emoções no amor louco, polinizado.
A três, a resposta para todos os desejos e anseios.
Intercalar de sonhos na mansidão da noite.

Suaves são os beijos, os toques, as carícias.
Mãos frenéticas na busca pelo prazer ilimitado.
Delírios e torrentes de orgasmos na tríade alucinógena.
Emoção para além da vida numa satisfação de almas.
O vento participa da loucura e arrepia os corpos.
Coisa para além do plano físico, para além da vida.

Não há muito para se entender no amor que chega.
Todas as formas são perfeitas na cumplicidade.
Línguas se buscam e sentem o gosto do néctar.
Esvair-se num gozo longo e absoluto. Satisfação.
Em ebulição, três vidas se entrelaçam e renascem.
Metamorfose necessária neste encontro para poucos.

Três taças de vinho num brinde à saúde do amor.
Entre os lençóis, toda a ardência da vida pulsante.
Sorrisos no espelho e a essência pairando no espaço.
No abraço da noite, o sono reconfortante. Três sonhos.
Alta madrugada e o recomeço do ato triplo e intenso.
Amanhecer insano regado à perfeição da loucura.

Amor irrigado, convertido, expandido. Explosão!
Pura magia no contato alucinante dos corpos e das almas.
Emaranhar dos cabelos e das vidas insaciáveis.
Nada se calcula ou se mede quando há paixão.
Doce sentir no gosto salobro dos corpos suados.
Sensatez e virtudes expostas à brisa da noite.

Jossan Karsten