“Nos tornamos escravos de nossos próprios desejos, vivemos alimentando por conta própria ou sendo estimulados por outras pessoas a desejar. Então, o que fazemos, é dedicar a maior parte de nosso tempo correndo atrás de nossos desejos, deixando de vivermos a única fração de tempo que nos pertence, o presente. Olhemos mais para as coisas universais, que estão presentes em nossas vidas diariamente, esquecendo um pouco as coisas efêmeras e irrelevantes para a felicidade”.
Tempo não é dinheiro. Tempo é vida. Claro que precisamos dedicar parte do nosso tempo às atividades que garantem nossa sobrevivência. Afinal, na forma como é constituída a sociedade, não há como vivermos sem comprarmos o mínimo para o nosso sustento e conforto, para que possamos viver com dignidade, sem ostentações.
Precisamos levar uma vida equilibrada, sem excessos, sejam eles materiais ou espirituais. Todo excesso é um desequilíbrio que traz enfermidades que nos prejudicam muito, como a depressão, a ansiedade e diversos outros transtornos e síndromes que se originam em nossas preocupações excessivas com o passado ou futuro, ou seja, com o tempo que não nos pertence mais.
O capitalismo gira em torno da mais valia, do excedente, enfim, do lucro, que tem sido o princípio que move a sociedade há séculos. Nos tornamos acumuladores, acreditando que assim viveremos melhor no futuro. Porém, como o passado, o futuro também não nos pertence. Assim, é livre arbítrio de cada um, viver intensamente o presente, despreocupados com o futuro ou agir agora pensando apenas no futuro. Nem uma e nem outra escolha estará errada, cabe ao indivíduo decidir, ideal que vida de forma equilibrada, entre as duas possibilidades.
Talvez, quem só pense no futuro lamente pelo que deixou de fazer e quem só pensa no agora, lamente no futuro pelo que lhe faltará, por não ter acumulado no presente. Equilíbrio e parcimônia sempre são bem vindos, ainda que nossas decisões estejam pautadas pelo livre arbítrio, qualquer que seja nossa opção, precisamos entender antes de mais nada, quais serão as consequências de nossas escolhas. Façamos, então, um exercício de consciência, para que possamos dormir tranquilos hoje e amanhã.