Sim, envelheceremos
Podemos avaliar a solidariedade e a fraternidade de um povo pelo número de excluídos por preconceitos que, sem exceções, ferem a nós mesmos porque, em essência, somos todos iguais, seres humanos de passagem pela Terra em caráter de provação e expiação. Onde há muito preconceito, há um povo atrasado, sentado nos próprios estigmas que criou, incapaz de olhar o próximo como irmão e se solidarizar com ele.
Todo preconceito é preocupante, mas, quando observamos o etarismo, que é a discriminação por idade, principalmente, dos idosos, a quem deveríamos reverenciar e render gratidão, é abominável. Afinal, somos perecíveis, por mais que se diga romanticamente que só envelhece quem quer, a jovialidade e a capacidade cognitiva não serão mais as mesmas. Portanto, quando discriminamos alguém por sua senilidade, termo mais bonito que o pejorativo “gagá”, é discriminamos a nós mesmos e desdenhamos do próprio futuro.
Não podemos negar a diversidade humana, apesar de iguais na origem e na essência, somos distintos em relação às crenças, valores e cultura, que devem ser respeitadas. É necessária a paz e a harmonia entre os pares e contrários, entre os diversos gêneros, raças, religiões ou qualquer outra “tribo” agrupada por suas afinidades, sempre lembrando que todas as “tribos” envelhecerão um dia.
Finalizando, é bom respeitarmos, reverenciarmos, agradecermos e cuidarmos melhor de nossos anciãos, exatamente o que seremos no futuro, pois essa é uma das certezas que temos, perecemos diariamente, então, que seja com dignidade. Ah, tem outra certeza a ser observada; em qualquer idade, sempre será possível distinguir os bons dos maus.
“Não se deixem enganar pelos cabelos brancos, pois os canalhas também envelhecem.” – Rui Barbosa