Microconto: Menos enfrentamento, mais resiliência
Acredito que não tenha sido realizada uma estatística, mas, o verbo que mais tenho escutado ou lido durante o período de confinamento, é enfrentar. Entendo que estamos enfrentando uma situação atípica, sem precedentes nas últimas décadas; pânico semelhante, talvez, só durante as grandes guerras, como ouvi de meu próprio pai certa vez.
Confinados, temos a oportunidade de realizar nossas reflexões, de rever nossa condição e repensar a nossa missão na Terra. Gostaria de propor para realizarmos um exercício simples, treinar nossa resiliência. Inicialmente, substituindo o verbo enfrentar por tolerar, suportar, aceitar. A resiliência pode ter início em fatos que simplesmente precisamos aceitar, aqueles que o enfrentamento poderá piorar a situação.
Aceite que só podemos sair de casa por extrema necessidade, não porque “alopramos” e queremos rever um pouco do mundo lá fora. Suporte o confinamento com atividades agradáveis, desligue-se do que é excessivamente maçante para a mente, talvez, seja a oportunidade de nos desligarmos daquilo que nos faz mal, do que é excessivo, como o “bombardeio” de notícias que, muitas vezes, são repetidas e geram pânico e caos, precisamos nos manter informados, mas, com nosso “filtro” ligado.
Por fim, tolerar; talvez, seja muito difícil, mas, necessário nesse momento. Nem todos tem a mesma maturidade e estão no mesmo grau evolutivo, portanto, sejamos tolerantes, primeiro, com as nossas próprias falhas e deslizes, não nos culpemos por sermos imperfeitos, depois, toleremos todas as angústias do próximo e o amparemos nesse momento de adversidade.
“Quando a estrada fica interrompida, o desvio pode ser interessante.” – Martha Medeiros