Coronavírus desperta o surgimento de uma grande rede de solidariedade em Curitiba
A pandemia do novo coronavírus tem trazido muito medo a todos nós, mas também tem feito com que as pessoas se unam cada vez mais, mesmo em isolamento social. Aos poucos, as pessoas começaram a perceber que só se todos se unirem as coisas vão começar a melhorar para todos nós. E foi assim que se criou, em toda Curitiba e no Paraná, uma grande rede de solidariedade. Gente que às vezes pode estar até mesmo preocupada com a própria situação, mas pensa além e olha ao redor.
Nessa corrente solidária, cada um ajuda como pode. Mesmo desempregada, Maria Inês Valus Cardoso dos Santos, que mora no Alto da XV, em Curitiba, resolveu botar em prática uma ideia que sempre teve vontade: ajudar os moradores de rua. Mas quem conta o que a família está fazendo é a pequena Emily, filha dela. “Eu fiz uma comida bem gostosa para os moradores de rua“, contou a menina.
Já foram duas noites que os moradores de rua receberam as marmitas preparadas por Maria Inês. Com as doações que chegaram, a recepcionista desempregada pretende continuar a fazer. “O tempo não espera, a fome não espera, então se a gente tem o que comer, um teto para dormir e estamos amparados, vamos ajudar quem não está amparado. Não tenho poder de mudar isso, mas a comida que eu como em casa eu posso dividir”, disse a mulher.
Pizzaria em ação
Com as portas fechadas para o público e funcionando apenas com delivery, a pizzaria Nostra Casa, em Curitiba, teve que cortar pelo menos 50% da equipe para enfrentar a situação. Mesmo assim, o proprietário, Clewerson José e Silva, viu na necessidade das crianças de dois colégios próximos a uma das três unidades, no Pilarzinho, a chance de ajudar quem precisa.
“Minha esposa foi quem teve a ideia. Nós percebemos que muitas famílias estão passando dificuldade, porque a situação já não era boa antes e agora piorou. Com isso, resolvemos preparar pães para entregar às famílias das crianças que também estão sem aula“, explicou o empresário.
A partir das informações passadas pelas equipes das escolas, que sabem das necessidades de cada família das crianças matriculadas, o casal começou a não só preparar os pães, mas também entregar outras doações também. “Começamos a juntar cestas básicas e kits de higiene. Quando sabemos que a situação é mais crítica, levamos isso junto”, detalhou Clewerson, que começou fazendo 60 pães por dia e hoje já tem produzido quase 300.
Ajuda aos profissionais
Trabalhando em casa, numa pequena empresa de impressão 3D, a Nano Design, Marcos Expedito de Araújo e a esposa Mariana, viram nos equipamentos que têm, a oportunidade de ajudar: estão imprimindo as hastes para as máscaras-escudo, que são usadas pelos profissionais que estão no combate ao coronavírus.
“O pessoal da saúde não tem como ficar num escritório ou em casa trabalhando. Eles têm que estar lá, dando a cara, literalmente, à situação. Então foi um privilégio contribuir com o que tínhamos”, avaliou Marcos.
Junto com o projeto social Atitude 3D, já foram produzidas mais de 4 mil máscaras. Marcos avalia que o momento é exatamente de este: união, mesmo no isolamento. “São muitas as possibilidades de ajudar as pessoas que não podem ficar em casa, que precisam ir para a linha de frente e atender as pessoas necessitadas”. Veja o vídeo da reportagem completa: