Na pandemia, paranaense se reinventa vendendo feijoada e churrasco na Inglaterra
Há cinco anos, o chefe de cozinha Guilherme Bianchi, 27 anos, trocou o município de Santa Fé, na região de Maringá, pela Inglaterra, onde apostou em uma carreira em que alia gastronomia e eventos. Com a pandemia de covid-19 e a paralisação deste setor já há mais de um ano, ele precisou se reinventar e encontrou o caminho em um dos pratos mais tradicionais do Brasil: a feijoada.
No restaurante Menu Brazil, em Swindon, cidade do Sudoeste da Inglaterra, a “feijuca” brasileira caiu no gosto dos britânicos, e, logicamente, é pedida certa dos brasileiros que moram por lá.
Atualmente, os sistemas de delivery e o chamado takeaway (quando o cliente retira no balcão) têm possibilitado a manutenção do serviço gastronômico de muitos restaurantes, mas, assim como no Brasil, o sistema de eventos segue fechado, obrigando muita gente a trabalhar em outros setores.
Chef Gui, que é especializado em cozinha contemporânea e cozinha mediterrânea, afirma que a feijoada continua sendo o carro-chefe do restaurante, mas cita também como grandes queridinhos o famoso churrasco brasileiro e ainda a caipirinha, drink adorado pelos ingleses.
Ele revela que, atualmente, o restaurante está definindo um novo cardápio, o que certamente agradará ainda mais os brasileiros repatriados e também os simpatizantes dos sabores do Brasil.
“Acrescentaremos no cardápio moquecas e camarão no alho, mas a picanha e a feijoada são mesmo campeões de pedidos”, diz ele, que ainda prepara no restaurantes outros pratos que são a nossa cara, como barriguinha pururuca com mandioca ou um tradicionalíssimo arroz, feijão, bife e batata frita.
Futuro retorno
Nascido em Astorga e morando sempre em Santa Fé, foi em Maringá onde o chef Gui finalmente encontrou a sua aptidão profissional, ao estudar em cursos técnicos de gastronomia durante alguns anos, antes de resolver se mudar para a Europa.
Casado e muito bem adaptado na Europa, onde também realiza cursos com frequência e pretende fazer uma graduação na área de gastronomia, ele sonha um dia poder voltar para o Brasil.
“Penso em contribuir de alguma forma com essas cidades que estão no meu coração. E quem sabe levar um pouco dos sabores britânicos também para os paranaenses conhecerem”, revela.