Meteorologista explica diferenças entre tromba d'água e ciclone registrados no Paraná
Nesta quarta-feira (10), o Litoral do Paraná registrou ventos fortes de quase 100 Km/h em Guaratuba e estragos em diversas cidades devido a ventania e a chuva. Em Matinhos, uma tromba d’água se formou e o mar ficou agitado devido a aproximação do ciclone extratropical da costa paranaense.
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O RIC Mais entrevistou o meteorologista Lizandro Jacóbsen, do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), que explicou a diferença entre a tromba d’água, o ciclone e o tornado. Segundo ele, a tromba d’água acontece quando há diferença entre a temperatura da água e da superfície. O tornado é formado da mesma forma, só que na terra.
“É o mesmo princípio do tornado, com diferença de aquecimento de superfícies, a água deve estar um pouco mais quente do que na atmosfera, no caso, a temperatura, aí gera esses pequenos redemoinhos, aí no caso sobre a água se chama tromba d’água e sobre a terra se chama tornado”,
explicou Jacóbsen.
No caso do ciclone, se trata de um “sistema de baixa pressão”. “Já o ciclone é um sistema de baixa pressão muito intenso. Ele tá formado sobre o Atlântico, bem próximo da costa, é o responsável praticamente direto das chuvas e também destes ventos mais fortes tanto em Santa Catarina como no Paraná, já ventando bastante. Já é quase uma situação de ressaca e só aumenta nas próximas horas. À tarde fica com pico de rajadas de vento, mar muito mais agitado ainda, e segue até à noite. Só começa a acalmar mesmo a partir de amanhã”, disse.
“São fenômenos de escala muito diferentes. Tromba d’água é uma coisa muito pequena, já o ciclone ou sistema de baixa pressão é da ordem de mais de 100 Km/h, chegando a 200 Km/h, 300 Km/h”,
diferenciou o meteorologista.
Segundo ele, o ciclone não é um fenômeno visual e pode ser detectado somente por satélite. “”Ciclone você não vai conseguir enxergar, é uma coisa de centenas de quilômetros, não é visual, só por imagens de satélites. Os ventos são em consequência do ciclone e por isso eles são contínuos, ele não para e segue assim durante toda a tarde”, contou Jacóbsen.