Safra de soja do Paraná pode saltar 78% em 22/23 após seca no ciclo passado
Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) -A safra de soja do Paraná poderá aumentar 78% em 2022/23, para um patamar recorde de 21,5 milhões de toneladas, com um ligeiro aumento da área plantada e uma forte recuperação nas produtividades após a colheita do ciclo anterior ter sido devastada pela seca em várias regiões, apontou o Departamento de Economia Rural (Deral) nesta quinta-feira (25).
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A projeção do órgão do governo paranaense, a primeira divulgada para a nova safra, com plantio começando no próximo mês, ilustra como a produção do Sul do Brasil poderá impulsionar a colheita nacional, se o clima colaborar. Em 2021/22, o Rio Grande do Sul também teve problemas pela estiagem.
Na véspera, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projetou a safra do Brasil, maior produtor e exportador de soja, em mais de 150 milhões de toneladas em 2022/23, com alta de 21%, enquanto a área plantada cresceria 3,54%.
O Paraná, tradicionalmente um dos três maiores produtores de soja do Brasil, juntamente com Mato Grosso e Rio Grande do Sul, colheu 12 milhões de toneladas em 2021/22, por conta do mau tempo.
O Estado deverá plantar uma área recorde de soja na temporada 2022/23, com crescimento de 1% ante a safra passada, para 5,73 milhões de hectares, estimou Deral.
A produtividade média das lavouras, em condições climáticas normais, poderia aumentar de 2,14 toneladas por hectare para 3,75 toneladas/ha, segundo dados do Deral.
De outro lado, o milho primeira safra, que concorre em área com a oleaginosa, deverá ter redução de 6% no plantio, para 406,4 mil hectares, disse o departamento.
A opção pela soja em relação ao grão amarelo se deve a questões relacionadas ao preço das commodities e também pelo fato de a maioria dos produtores ter a alternativa de plantar milho na segunda safra, a maior do Estado para o cereal, disse o economista do Deral Marcelo Garrido.
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Safra velha
A segunda safra de milho do Paraná em 2021/22, já com colheita perto da fase final, foi estimada em 13,8 milhões de toneladas, nova redução na projeção mensal, que em julho era de 14,66 milhões de toneladas.
A expectativa inicial para a “safrinha” era de mais de 16 milhões de toneladas. As reduções nas estimativas vêm sendo atribuídas ao ataque da cigarrinha e a problemas climáticos.
Ainda assim, a produção pode mais que dobrar em relação ao ciclo anterior, quando o Estado colheu 5,72 milhões de toneladas de milho na segunda safra com lavouras atingidas por seca e geadas.
Já a safra de trigo em 2022, que está começando a ser colhida, foi estimada em 3,89 milhões de toneladas, leve redução ante a previsão do mês anterior (3,9 milhões), apesar de geadas na semana passada.
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Segundo o economista do Deral, esse número ainda pode ter alguma correção em função do frio extremo, cujos prejuízos ficam mais claros após alguns dias. “Mas a princípio não deverá ser algo muito relevante. Mas não temos condição de avaliar ainda.”
Se a projeção de trigo for confirmada, seria um nível recorde para o Estado, com aumento de 21% ante o ciclo passado.
(Por Roberto Samora; edição de Nayara Figueiredo)