Queijo artesanal vira produção agroindustrial e recebe prêmio “Orgulho da Terra”
A produção de queijo artesanal tornou o sítio Rancho Fundo, no município de Salgado Filho, no sudoeste do Paraná, referência da atividade no estado. Por dia, os 400 litros de leite produzidos na localidade, são transformados em queijos artesanais. A qualidade do produto garantiu ao casal Franciele e Oscar Haselbauer, o prêmio “Orgulho da Terra”. Esta premiação é uma iniciativa do Grupo RIC de Comunicação, juntamente com o IDR–PR – Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná e com a Ocepar – Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná. O prêmio “Orgulho da Terra”, homenageou 12 produtores, com as melhores práticas do agronegócio no Paraná, no início deste mês de dezembro. As categorias premiadas foram: soja e milho, bovinocultura (leite), bovinocultura (corte), feijão, psicultura, turismo rural, agroecologia – agricultura orgânica, sericicultura, inclusão social, agroindústria, suíno e aves.
Para a engenheira agrônoma e mestre em integração lavoura agropecuária e floresta, Franciele Haselbauer, todo cuidado ainda é pouco para manter a qualidade do produto. Dos 42 hectares, 30 são destinados à produção de grãos, enquanto os 12 hectares restantes, são reservados para o pasto, onde ficam as 21 vacas da raça holandesa, responsáveis pela produção de 400 litros de leite diariamente.
Produção de carvão
Oscar Haselbauer conta que antigamente, no Rancho Fundo, o carro chefe era a produção de carvão, uma atividade, que segundo ele, não seria atrativa para manter os filhos no negócio rural. Para incentivar a sucessão familiar, resolveram mudar a atividade, partindo para a agroindústria. Oscar deixa claro que “no carvão não teria interesse dos filhos, não teria uma história para contar, para permanecer na propriedade. No leite, transformando, fazendo queijo de uma maneira diferenciada, isso acabava envolvendo as crianças. Afinal, a gente faz de tudo para que elas fiquem na propriedade. “
Produção Artesanal em escala agroindustrial
Ao optar por seguir os caminhos para a agroindústria, Franciele e Oscar Haselbauer, foram em busca de cursos e informações técnicas, para conhecer melhor os processos de produção de queijo. “Em 2017 a gente começou com a produção de leite, para consumo, não para a venda. Em 2019 a gente fez um curso em Francisco Beltrão. Durante esse curso percebemos a diferença entre a produção do queijo artesanal e a produção do queijo industrial. A gente viu que o artesanal nos proporcionaria muitas outras coisas, como a nossa história, ao consumidor.”
Controle rigoroso
Mas um detalhe muito importante na produção de queijo artesanal é que a matéria prima é o leite cru, o que exige atenção redobrada no controle do produto. Este processo exige cuidados rigorosos, para manter os animais e propriedade livres de problemas sanitários. Oscar Haselbauer explica alguns destes cuidados: “Todo manejo e toda alimentação e todo microrganismo presente na produção vai ser transferido para o leite, que vai caracterizar o queijo no final, na mesa do consumidor. A parte sanitária da propriedade, desde o nascimento da bezerrinha, até o momento que o animal vai começar a produzir… A certificação da propriedade, livre da brucelose e da tuberculose e o controle de outras zoonoses. Hoje, os nossos animais não recebem nenhum tipo de alimentação fermentada. “
Certificação – Selo arte
Todos estes cuidados no processo de produção do queijo artesanal, com leite cru, renderam à família Haselbauer dois selos arte, sendo hoje, a única agroindústria do Paraná a ter esta certificação. Franciele explica a importância deste selo: “o selo arte é um selo para o produto. Além de ter boas práticas de fabricação, demonstra as boas práticas agropecuárias. Tem que ter a parte de cultura e tradição comprovadas. Tem que ter esse vínculo com o local. Este selo permite que a gente venda para todo o Brasil. Somos os primeiros produtores do Paraná que tem esse selo arte em dois produtos!
Destaque na agroindústria
A extensionista do IDR- PR- Estella Galina, ressalta o que fez o casal se destacar na sua agroindústria: “foi o controle do processo de produção. Eles produzem desde a alimentação das vacas; eles que fazem a ordenha, fazem o queijo, fazem a comercialização, tudo com mão de obra apenas da família. É uma forma de agregar valor e manter a sucessão familiar. Sem esquecer da questão ambiental.”
O projeto “Orgulho da Terra” é apresentado pela COAMO – Cooperativa Agroindustrial LTDA, e tem o patrocínio da Pneu Z.