Prêmio “Orgulho da Terra” destaca Inclusão Social em Teixeira Soares
Um exemplo da força da mulher no campo! Esta é a história de vida de Elza Cordeiro, que mora no assentamento São Joaquim, em Teixeira Soares. Persistência e dedicação são palavras que resumem todo esforço dela e de muitas outras mulheres, que passam despercebidas pela sociedade. Dona Elza se destaca entre as 200 famílias que vivem no assentamento, na região dos Campos Gerais. Ela veio em busca de meios para sobreviver no campo e, 31 anos depois de tanta luta e conquistas, recebe o prêmio “Orgulho da Terra”, que é uma iniciativa do Grupo RIC de Comunicação, juntamente com o IDR–PR – Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná e com a Ocepar – Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná. O prêmio “Orgulho da Terra”, homenageou 12 produtores, com as melhores práticas do agronegócio no Paraná, no início deste mês de dezembro. As categorias premiadas foram: soja e milho, bovinocultura (leite), bovinocultura (corte), feijão, psicultura, turismo rural, agroecologia – agricultura orgânica, sericicultura, inclusão social, agroindústria, suíno e aves.
A história de vida de Elza Cordeiro é um exemplo de superação. Ela conta que encontrou uma realidade difícil de enfrentar, mas insistiu até conseguir realizar o sonho de ter suas terras. “Quando eu cheguei aqui, nessa área, eu não tinha nada, nem os filhos eu tinha. A gente tinha uma vida derrotada. Faltavam 3 meses para ter o bebê. Daí complicou mais a situação. Não tinha carro, não tinha cavalo, não tinha bicicleta, não tinha nada, só uma lona, que a gente ganhou do governo, porque não tinha onde morar né, para a gente montar um barraco. Mas a cada passo a fiscalização vinha e trancava, não podia mexer na mata. A gente ficou uns 3 anos aqui, sem poder plantar. Faziam reunião, diziam que o INCRA ia liberar prá gente plantar… Mas eu não desisti mesmo. O que me dava força e coragem é porque eu queria um pedaço de terra. E os filhos né! Eu pensava, eu to aqui, em cima da terra, o governo não vai tirar a gente daqui né? Eu tinha que plantar, colher, para eu ter o sustento para os filhos…”
Preocupada com o futuro da família e do pequeno sítio. Elza Cordeiro incentivou as filhas a estudar. Valquíria e Verenice ultrapassaram as dificuldades enfrentadas desde criança e se formaram técnicas em agroecologia. Elas colocam em prática todo esse conhecimento na horta orgânica. “Uma das técnicas que aprendemos na escola e aplicamos aqui no sítio é a técnica da palhada. Aprendemos também sobre a biodiversidade. Tem alguns insetos, que eles não nos prejudicam, então não precisamos eliminá-los da nossa horta.
Com o objetivo de unir forças com outras famílias que moram no assentamento, dona Elza teve a ideia de criar uma associação. Atuando com liderança e iniciativa, ela e as filhas desempenham papéis importantes no assentamento São Joaquim. Verenice Cordeiro trabalha com a parte burocrática, do CNPJ, dos projetos para a escola, enquanto Valquíria se dedica à agricultura, com o manejo das plantas, com o manejo da horta. Verenice é presidente da Associação novo horizonte. Que nasceu da necessidade de juntar forças para conquistar mercado para a comercialização do que é produzido no assentamento.
Paula Ribeiro, extensionista do IDR- PR, acompanha a propriedade desde 2018. Ela explica que “os trabalhos foram intensificamos em 2019, garantindo às famílias que moram no assentamento, o acesso às várias políticas públicas do estado, tanto estaduais quanto federais, voltadas à agricultura familiar. Dona Elza e as filhas se tornaram um exemplo de inclusão social no campo. É um bom exemplo de como a união entre o agricultor e o trabalho da extensão pode resultar em bons frutos.”O projeto “Orgulho da Terra” é apresentado pela COAMO – Cooperativa Agroindustrial LTDA e tem o patrocínio da Pneu Z.