Paraná registra perdas em lavouras de trigo por causa de geadas no sudoeste
Geadas atingiram o trigo do Paraná no último sábado (20) e resultaram em relatos de perdas em lavouras do sudoeste do estado. De acordo com especialista do Departamento de Economia Rural (Deral), a maior parte das áreas está em fases suscetíveis a danos pelo frio.
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Geou na região de Francisco Beltrão, núcleo regional que tem a terceira maior área plantada com trigo na temporada atual, no Sudoeste do Paraná, com 121,5 mil hectares. Nessa área, mais de 70% do trigo está em fases sujeitas a perdas, entre floração e frutificação, de acordo com dados do departamento do governo paranaense.
O estado havia sido atingido por geadas na sexta-feira (19), que foram mais fracas que as de sábado (20) nessas áreas. No final da semana passada, o fenômeno climático também foi verificado no Rio Grande do Sul, o que afetou as lavouras.
Mas ainda é cedo para estimar perdas, que só começam a ficar mais claras após alguns dias, e avaliar o impacto para o país, um importador líquido do cereal.
“Já temos relatos de perdas de trigo no Regional de Francisco Beltrão. Ainda é cedo para fechar algum número, mas acredito que as condições de lavoura a serem divulgadas nesta terça-feira (23) devem dar um primeiro indicativo”,
disse o agrônomo Carlos Hugo Godinho, do Deral.
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Pela estimativa atual, que não considera eventuais prejuízos por geadas, o Brasil tem potencial de produzir uma safra recorde acima de 9 milhões de toneladas de trigo em 2022, após produtores aumentarem o plantio por conta de bons preços, especialmente no Rio Grande do Sul.
No Rio Grande do Sul, com safra estimada pela estatal Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 4 milhões de toneladas, 9% das áreas estão em floração e 1% em enchimento de grãos, fases em que as geadas provocam mais perdas, segundo a Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).
O Paraná tem safra estimada pela Conab em 3,9 milhões de toneladas, o que seria mais de 20% acima do visto na temporada passada. Mais de 10% da área do estado está em fases sujeitas a perdas.
“Além da possibilidade de geadas tardias, ainda podemos ter chuvas na colheita. Apesar dos eventos recentes, continuamos tendo possibilidade de superar a safra anterior, em uma análise preliminar. Esperar para ver, agora”,
acrescentou Godinho.
A colheita de trigo no Paraná está em fase inicial no estado.
MILHO
Além de ameaçar algumas lavouras de trigo, o frio intenso tem prejudicado os primeiros trabalhos de plantio de milho da nova safra (2022/23), segundo analistas.
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“Concentrada neste primeiro momento nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a semeadura [de milho] andou pouco devido à previsão de temperaturas próximas de 0ºC no fim de semana”,
afirmou em nota a consultoria AgRural, nesta segunda-feira (22).
Segundo a empresa de análises, o plantio do milho verão havia alcançado na quinta-feira (18) 1,8% da área estimada para o Centro-Sul do Brasil, com tímido avanço sobre o 1,6% da semana passada e atraso em relação aos 4,1% do ano passado.
Sobre a colheita da segunda safra de milho deste ano, os trabalhos tinham sido realizados em 89,5% da área cultivada no Centro-Sul, contra 85,4% uma semana antes e 79,1% no mesmo período do ano passado, de acordo com dados da AgRural.
O ritmo poderia ter sido mais acelerado, mas chuvas registradas em São Paulo, no Paraná e especialmente em Mato Grosso do Sul tornaram os trabalhos mais lentos, acrescentou a consultoria.