Paraná faz novo corte na safra de soja a 12,8 mi t após seca; eleva milho verão
Por Nayara Figueiredo
SÃO PAULO (Reuters) -A produção de soja no Paraná deve alcançar 12,83 milhões de toneladas na safra 2021/22, estimou nesta quinta-feira o Departamento de Economia Rural (Deral) com um novo corte ante os 13,1 milhões apontados no início do mês, em meio à forte quebra causada pela seca na região Sul.
Se confirmado, o volume representará uma baixa de 35% em relação aos 19,8 milhões de toneladas colhidos no ciclo anterior e queda de 38,9% ante a projeção inicial para esta temporada, que chegou a 21 milhões.
O recuo só não é ainda mais intenso porque o Estado, que é um dos principais produtores de soja do Brasil, teve um leve incremento de 1% na área plantada com a oleaginosa, comparada à safra passada, para 5,64 milhões de hectares.
No início de janeiro, o departamento ligado ao governo estadual chegou a fazer um levantamento emergencial, fora do calendário, devido aos impactos da estiagem sobre as lavouras.
Os produtores do Paraná viram alguma melhora nas condições climáticas nas últimas semanas, no entanto, não estão descartados danos às lavouras em algumas regiões.
“O clima em geral melhorou, porém ainda há problemas principalmente região oeste do Estado”, disse o analista do Deral Edmar Gervásio.
Nesta semana, o departamento informou que 8% das áreas de soja estão colhidas e um terço da safra estava em condições ruins –quando há perda sem possibilidade de recuperação.
Somente 36% das lavouras da oleaginosa foram consideradas boas, na avaliação do departamento, fato que tem influenciado nos cortes de projeções para a produção nacional do grão em 2021/22.
Também nesta quinta-feira, a associação que representa a indústria do setor Abiove reduziu em 4,2 milhões de toneladas sua projeção para a safra de soja do país em 2022, agora estimada em 135,8 milhões de toneladas e abaixo do recorde obtido na temporada anterior, em função da seca no Sul.
MILHO
Para o milho verão, o Deral elevou levemente a projeção no Paraná, de 2,4 milhões para 2,73 milhões de toneladas.
Igualmente afetado pela estiagem na região, o cereal da primeira safra do Estado estava 8% colhido, com 24% das lavouras ruins e 38% boas, conforme dados do departamento.
Já para a segunda safra, a expectativa para produção é de 15,2 milhões de toneladas, contra 5,74 milhões no ciclo anterior, quando seca e geadas quebraram a produtividade do milho.
(Por Nayara FigueiredoEdição de Maria Pia Palermo)