Orgânicos e Agroecologia dão à produtora rural de Marechal Cândido Rondon o prêmio “Orgulho da Terra”

De um solo pobre, danificado e pouco amistoso, a produtora rural Lúcia Alves, fez brotar a esperança de dias melhores. Ela explica que é preciso acreditar no sonho e trabalhar muito, para que ele se torne realidade. Com a certeza de que acreditar é o primeiro passo para alcançar sucesso nos negócios, dona Lúcia, o marido dela, Silvestre e os filhos Aline e Charles, dão exemplo de agroecologia, produzindo alimentos orgânicos certificados. Há 11 anos na atividade, a Chácara Santa Rita, com 13 hectares de extensão, no município de Marechal Cândido Rondon, no oeste do estado, se torna referência no quesito agroecologia. 

Orgânicos certificados

Dona Lúcia Alves afirma que o cultivo de orgânicos exige muito trabalho e persistência. Para ela, conseguir certificação há 10 anos consecutivos, é prova de que todo esforço traz uma recompensa. “Conseguir essa certificação é um grande feito, devido ao rigoroso critério de avaliação. Produzir orgânico é mais trabalhoso, porque exige muito da gente, por adubação natural, para o preparo das caldas. Tem produtos que a gente não pode usar, tem que procurar o que a legislação permite.”

A produtora Lúcia Alves, já foi presidente da Associação de Produtores Ecológicos, de Marechal Cândido Rondon. Atualmente faz parte, com seus familiares, da Rede Ecovida de certificação participativa, entidade criada para incentivar e ajudar outros produtores a certificarem seus produtos.

Associação de produtos ecológicos

Charles Alves, filho da dona Lúcia e do Silvestre, atua ativamente na associação de produtores ecológicos, como secretário da entidade. Além de trabalhar na horta, é responsável pela produção de queijos coloniais e artesanais, que são extraídos do leite das seis vacas que cria, numa área de apenas um hectare, na chácara Santa Rita. “A nossa agroindústria funciona desde 2016 e de lá pra cá, eu venho buscando conhecimento, novas tecnologias, fazendo cursos, para atender os gostos do cliente.”

Turismo Rural

E além de apostar nos produtos orgânicos, a família Alves investe no turismo rural, encabeçado também pelo Charles. “A gente faz parte de um projeto da Itaipu, que prevê visitas de estudantes e outros agricultores também, que fica dentro da proposta de turismo rural, e com isso, a gente serve refeições, a gente recebe pessoas para conhecer a nossa realidade”.

Sustentabilidade

Para Márcia Toledo – extensionista do IDR-PR, o trabalho coletivo é uma das premissas dos Alves. Marcia Toledo, que oferece assistência técnica à família, afirma que ela se enquadra bem nos quatro pilares de sustentabilidade. Eles têm uma propriedade pequena, de 3 hectares, onde o cultivo acontece só num hectare. Produzem de forma orgânica, agroecológica, e o restante da área é de preservação ambiental e é apropriada para a produção. Eles têm os quatro pilares, a questão econômica, produzem economicamente, a questão social, na agricultura familiar, os pais trabalham junto com os filhos, com sucessão familiar. Tem atividade remunerada para todos aqui dentro. São muito abertos à tecnologia. São produtivos, receptivos e abertos ao trabalho coletivo. Trabalham com o coração e dedicação na atividade que faz.”

Lucratividade

Mas apesar de todas estas vantagens apresentadas até aqui, será que o mercado de produtos orgânicos é rentável? Dona Lúcia diz que sim. “Na alimentação escolar, só alimento orgânico. A produção é grande. É trabalhoso, mas temos comércio para tudo. Eu me sinto orgulhosa por isso… “

Reconhecimento

O prêmio “Orgulho da Terra” é uma iniciativa do Grupo RIC de Comunicação, juntamente com o IDR–PR Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná e com a Ocepar – Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná. O prêmio homenageou 12 produtores, com as melhores práticas do agronegócio no Paraná, no início deste mês de dezembro. As categorias são: soja e milho, bovinocultura (leite), bovinocultura (corte), feijão, psicultura, turismo rural, agroecologia – agricultura orgânica, sericicultura, inclusão social, agroindústria, suíno e aves. 

O projeto “Orgulho da Terra” é apresentado pela COAMO – Cooperativa Agroindustrial LTDA  e conta com o patrocínio da Pneu Z.