EUA indicam corte em biocombustíveis, em alívio para refinarias de petróleo
Por Stephanie Kelly e Jarrett Renshaw
NOVA YORK (Reuters) – O governo Joe Biden propôs na terça-feira reduzir retroativamente a quantidade de biocombustíveis que os refinadores de petróleo dos EUA são obrigados a colocar em sua mistura de combustível.
A decisão tem o objetivo de fornecer alívio à indústria de refino dos EUA depois que a crise da saúde atingiu a demanda doméstica por combustíveis para transporte.
Mas a proposta atraiu críticas tanto da indústria do petróleo, que alegou que as medidas não são suficientes, quanto do setor de biocombustíveis, que disse que a medida retroativa para cortar volume de mistura prejudicaria os agricultores.
“Esta decisão é uma reviravolta do presidente Joe Biden, que fez campanha por seu suposto apoio aos combustíveis renováveis”, disse a senadora republicana Joni Ernst, de Iowa, importante estado produtor de milho e etanol.
Ela afirmou que o anúncio “reduzirá a demanda por biocombustíveis e terá consequências devastadoras e duradouras para os agricultores e produtores de Iowa”.
O American Petroleum Institute, que representa a indústria de petróleo dos EUA, disse que o governo “atenderia melhor ao interesse público ao manter os volumes de conformidade viáveis” e que está estudando as propostas.
Na primeira grande decisão de política de biocombustíveis de Biden, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), que administra o setor, propôs estabelecer retroativamente os volumes totais de combustível renovável em 17,13 bilhões de galões para 2020.
Isso está abaixo de uma regra estabelecida anteriormente para o ano, de 20,09 bilhões de galões, definida antes da pandemia do coronavírus.
Estabeleceu volumes em 18,52 bilhões de galões para 2021 e 20,77 bilhões de galões para 2022.
Ambos os números de 2020 e 2021 marcam uma redução em relação a 2019, quando a EPA exigiu que os refinadores misturassem 19,92 bilhões de galões de biocombustíveis na mistura de combustíveis do país. Mas a proposta de 2022 marca um aumento.
Scott Irwin, um economista agrícola, disse que o movimento para reduzir os mandatos para 2020 e 2021 provavelmente desencadeará ações judiciais de produtores de biocombustíveis irritados.
Algumas organizações de produtores de biocombustíveis disseram estar satisfeitas com a proposta da EPA de aumentar os volumes para 2022.