Agricultores indianos reforçam protesto para marcar ano de manifestações

Publicado em 26 nov 2021, às 09h43. Atualizado às 09h45.

Por Mayank Bhardwaj

NOVA DÉLHI (Reuters) – Dezenas de milhares de agricultores indianos protestaram durante a noite para fortalecer ato de colegas que acampam nos arredores da capital, Nova Délhi, para marcar um ano de manifestações contra três leis agrícolas introduzidas no ano passado.

Buscando encerrar os protestos mais longos de agricultores que atraíram produtores de todo o país, o primeiro-ministro Narendra Modi cedeu à demanda dos manifestantes na semana passada e revogou as polêmicas leis de setembro de 2020.

Em nota conciliatória, Modi prometeu que seu governo revogaria as leis na nova sessão do Parlamento, a partir da próxima semana.

Os agricultores celebraram o recuo, mas disseram que o protesto só será cancelado quando o Parlamento revogar as leis e o governo prometer uma legislação que garanta Preços Mínimos de Apoio (MSPs) estabelecidos pelo Estado para todos os produtos, não apenas arroz e trigo.

“Agricultores de todo o país chegaram aos acampamentos para comemorar um ano de nosso protesto histórico”, disse Rakesh Tikait, um líder proeminente do Sindicato Bharatiya Kisan, um dos maiores sindicatos de agricultores.

“Agradecemos ao governo por sua decisão de revogar as leis, mas nosso protesto vai continuar até que haja uma decisão sobre MSPs para todas as safras. Também exigimos um comitê que deve examinar nossas outras demandas, como retomar processos judiciais contra os agricultores.”

Atualmente, o governo compra principalmente arroz e trigo em MSPs, mas os benefícios da rede de segurança mal cobrem 6% dos milhões de agricultores da Índia.

Tikait disse que quase 700 agricultores perderam a vida durante protesto e que o governo precisa anunciar indenizações para suas famílias.

Dezenas de milhares de manifestantes, incluindo muitos cultivadores idosos e agricultoras, estão sentados em acampamentos há um ano, enfrentando um verão escaldante, um inverno gelado e uma segunda onda severa de infecções por coronavírus.

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