Açúcar bruto deve atingir faixa de 18-20 centavos/lb em 2022, diz StoneX

Publicado em 8 dez 2021, às 18h59. Atualizado às 19h00.

NOVA YORK (Reuters) – Os preços do açúcar bruto na ICE devem ficar na faixa de 18 a 20 centavos de dólar por libra-peso em 2022, estimou a corretora StoneX nesta quarta-feira, dizendo que uma produção maior de países importantes e uma demanda menos urgente limitariam o lado positivo.

Apesar de projetar um terceiro déficit global consecutivo de oferta na temporada 2021/22, que vai de outubro a setembro, em 1,8 milhão de toneladas, a corretora disse durante um seminário de perspectivas, organizado pela Sugaronline, que uma maior produção na Índia, Europa e Tailândia, e melhores perspectivas para a nova temporada brasileira limitariam os preços.

A expectativa de que os preços da energia continuem elevados no próximo ano, porém, deve dar sustentação a um preço de 18 centavos de dólar por libra-peso, patamar em que as usinas brasileiras podem começar a desviar parte da safra de cana-de-açúcar para produzir mais etanol e menos açúcar.

Bruno Lima, chefe de açúcar e etanol da StoneX, espera que o mercado fique bloqueado no próximo ano entre as exportações de açúcar da Índia, o que limitaria a alta, e as vendas de etanol no Brasil, que evitariam uma queda abaixo de 18 centavos de dólar.

“Muita gente acha que a Índia chegaria ao mercado de exportação com preços em torno de 21 centavos de dólar. Achamos que o país exportaria a (preços) mais baixos do que isso”, disse Lima, acrescentando que o sucesso da safra no país asiático pressiona os preços domésticos do açúcar.

O analista também disse que a região Centro-Sul do Brasil provavelmente terá uma produção melhor em 2022/23 do que o inicialmente esperado. A StoneX vê a produção de cana naquela região se recuperando para cerca de 565 milhões de toneladas, ante 530 milhões de toneladas em 2021/22.

“As chuvas melhoraram muito a umidade do solo”, disse ele, referindo-se às condições da região Centro-Sul, que sofreu forte seca em meados de 2021.

(Por Marcelo Teixeira)

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