Titular da seleção peruana que foi vice-campeã da última Copa América, Cueva não vem tendo espaço no Santos sob o comando de Jorge Sampaoli. Atrás na concorrência com outros estrangeiros do elenco alvinegro, sendo que há um número limite de utilização de jogadores de outro país em partidas do Brasileirão, o meio-campista foi convocado por Ricardo Gareca, argentino como o técnico do time santista, para defender o Peru em amistosos contra o Equador e o Brasil, respectivamente na próxima quinta-feira e no dia 11 de setembro, ambos nos Estados Unidos.

Ao comentar sobre o atual comandante da seleção do seu país, Cueva rasga elogios e diz ter o argentino “como um pai” para ele. “Gareca é como um pai para mim e tem todo o direito de falar coisas boas e ruins. Não vou ter vergonha de falar que ele é um pai para mim. Futebolisticamente, gostei dele desde o início. Ele apostou em mim, mas desde a primeira vez que me convocou sempre cuidou do meu lado pessoal. Isso é parte importante de um ser humano. Sinto que é um pai para mim e vou falar sempre”, ressaltou o jogador em entrevista ao canal Movistar TV, do Peru.

A falta de espaço de Cueva no Santos coincide também com o período em que a sua filha, Gianna Pamella, que nasceu prematura, precisou lutar para sobreviver no hospital em que ficou internada por quase 40 dias. Ele não disputa uma partida pelo time alvinegro desde o dia 26 de maio, quando esteve em campo no empate por 0 a 0 com o Internacional.

Mas não foi apenas o problema de saúde de sua filha que fez com que Cueva perdesse lugar na equipe santista. Ele também reconhece que se envolveu em problemas fora do campo, como por exemplo quando foi visto urinando na frente de um aeroporto, no Peru, após participar de uma festa de aniversário do zagueiro Zambrano, companheiro de seleção peruana.

O episódio ocorreu em julho, durante uma folga de dez dias que o elenco santista recebeu durante o período de parada de competições no Brasil por causa da Copa América e rendeu várias críticas ao atleta de 27 anos, que chegou a se desculpar publicamente e dizer que estava envergonhado pela sua atitude.

“Tivemos uma longa conversa, eu e o Gareca. Teve muito a ver com coisas extracampo. Antes de falar com a imprensa, falei com as pessoas certas, com ele e minha família. As coisas estão mais claras que nunca. Em tão pouco tempo vivi coisas boas. Joguei final da Copa América, mas, em contrapartida, tive atitudes que poderia ter evitado. Sou ser humano. Tenho direito a errar, né? Todo mundo sabe o que aconteceu (no aeroporto). Crianças estão vendo, tenho filhos. Eu me senti envergonhado, mas tive calma para enfrentar isso e pedir desculpa a todos”, disse Cueva na entrevista ao canal Movistar TV. “Nunca havia passado por isso, mas já foi. Nem eu acreditei (no que ele próprio fez). O que posso dizer? É algo que às vezes escapa das mãos. O único responsável sou eu”, completou.

Com Cueva fora dos planos e também sem estar à disposição por ter sido convocado para os próximos amistosos do Peru, o Santos inicia na manhã desta terça-feira a sua preparação para encarar o Athletico-PR, domingo, às 16 horas, na Vila Belmiro, pela penúltima rodada do primeiro turno do Brasileirão. A equipe está na vice-liderança da competição, com 36 pontos, mesma pontuação do líder Flamengo.