Os jogadores do Corinthians aceitaram a redução de 25% nos salários e têm se mostrado compreensíveis até mesmo com os dois meses de atraso no pagamento. Ramiro é um dos representantes do grupo alvinegro nas negociações com a diretoria corintiana e, nesta quinta, falou sobre o assunto em entrevista coletiva feita por meio de videoconferência.
“A gente está pensando não só o Corinthians, na saúde financeira do clube, como nos funcionários que dependem disso para o pão de cada dia. A gente conversa, tenta chegar num consenso e tenta ter flexibilidade para ajudar o clube. Teve a venda do Pedrinho que dá um respiro para o clube e a gente espera que, voltando os jogos, essa questão fique em ordem novamente”.
O meio-campista ainda salientou que todos têm ciência de que os problemas financeiros não são exclusividade do Corinthians em meio a pandemia do coronavírus. Até por isso, Ramiro evitou muito pitaco sobre qual a melhor fórmula para as competições serem disputadas daqui para frente.
“Isso cabe aos clubes se posicionarem pela questão financeira. Eu prefiro acabar esse ano e começar outro campeonato ano que vem, mas, se para os clubes isso for uma dificuldade, é o clube que tem de decidir a melhor maneira de receber essa parte financeira”.
Não é de hoje que Ramiro é conhecido no futebol por ‘não ficar em cima do muro’. O jogador costuma se posicionar, inclusive sobre questões políticas do país. Sem esconder sua insatisfação com o atual governo, o atleta do Corinthians falou sobre o assunto nesta quinta também.
“Acredito que seja o nosso direito, como brasileiro, cidadão. Conquistamos isso anos atrás, o poder da democracia, do voto. Todo mundo tem o direito de expressar o que sente, de repente discordar de quem está no governo, sempre com muito respeito. A gente vê situações de vândalos, coisa que não agrega, mas a liberdade de poder contrariar o que vem acontecendo é extremamente positivo, produtivo e espero que isso continue acontecendo”.