O Corinthians venceu apenas dois jogos no Campeonato Paulista e foi eliminado da Copa Libertadores logo em seu primeiro confronto de mata-mata. Para mudar esse cenário, Ramiro admitiu, nesta quinta-feira, que o alvinegro precisa mudar alguns pontos em relação ao que vinha sendo feito antes da paralisação devido a pandemia do coronavírus.
“Padrão e estilo de jogo não vão mudar, a linha é essa, é o que o Tiago (Nunes) vê como ideal. Mas, obviamente, dentro disso, a gente vai tentar aprimorar coisas que não vínhamos fazendo tão bem. Se a gente quer mudança, quer brigar, a gente tem que mudar, sim”.
Durante a entrevista por videoconferência, o meio-campista explicou que tudo vem sendo conversado desde antes da retomada aos treinos no CT Joaquim Grava.
“A gente teve conversas coletivas, teve conversas mais setorizadas, sempre com muita liberdade para os jogadores, para trocar ideias, falar o que pensa, e partir desse retorno temos de aproveitar para fazer o que achamos ideal”.
Apesar de reconhecer que o Corinthians conseguiu mostrar bom futebol nos primeiros três meses, Ramiro foi enfático ao lembrar que de nada adiantará jogar bem e não ganhar.
“Acredito que o trabalho que iniciou é um trabalho de mudança, leva tempo para ser colhido o resultado. Obviamente, no Brasil não tem esse período, a gente teve o exemplo de bons jogos e maus resultados. No esporte, tem sequência e moral quem vence, isso não é segredo”.
Ramiro iniciou a temporada como titular e jogando bem, mas, logo no terceiro jogo do Campeonato Paulista a jornada do ex-gremista foi interrompida por uma lesão no joelho que o afastou dos gramados desde então. Quando estava prestes a ser reintegrado ao grupo, veio a paralisação do futebol.
“Procurei treinar, trabalhar a parte muscular para não perder, mas óbvio que o treino de bola difícil. Estou 95% pronto e os outros 5% vão vir essa semana, no CT. Até a semana que vem eu já estarei 100% fisicamente e com a lesão 100% recuperada”.
Se no trabalho Ramiro está totalmente focado em dar a volta por cima, tanto no aspecto coletivo quanto individual, na vida pessoal o jogador viveu um momento especial durante a quarentena, já que pôde assistir ao nascimento de seu primeiro filho e ficar com a família durante esse período, algo que seria inviável se as partidas estivesses rolando normalmente.
“Para mim, foi diferente esses 90 dias que ficamos em casa. Acho que desde meus 11 anos, quando iniciei a carreira, eu não tinha 90 dias com a minha família. Fui para minha cidade (no Rio Grande do Sul), onde tinha interior, natureza e um ar diferente, curti um pouco e a gente acabou se blindando. Tive a experiência de ter meu primeiro filho, foi um momento diferente, e é até difícil falar isso, mas eu procurei aproveitar pelo lado positivo. A gente sabe que tem muita coisa ruim acontecendo, mas procurei aproveitar para aproveitar meu filho e treinar para voltar da melhor maneira possível”.