Prass explica situação dos clubes brasileiros: “Hoje a gente está no escuro”
A pandemia do novo coronavírus foi responsável pela paralisação do futebol brasileiro. O avanço da covid-19 fez com que os clubes concedessem férias aos atletas e cogitassem cortes de 25% nos salários. Em entrevista ao programa Mesa Redonda, neste domingo, o goleiro Fernando Prass, do Ceará, falou sobre a situação e disse que cada clube deve tomar suas próprias medidas.
“A proposta que o Ceará nos fez foi em cima do que os jogadores vinham falando desde o começo. Pedimos para que se negociasse o momento atual e esperasse, com bom senso, para ver o que vai acontecer. Na nossa visão, é surreal com cinco dias de paralisação os clubes apresentarem uma proposta dizendo que todos os clubes do Brasil inteiro, do Flamengo que foi campeão brasileiro até Pacajus que é da Série D ou nem divisão tem, reduzissem 25% dos salários sem saber como ficaria o calendário, repasse de verbas, sem saber o impacto. A gente defendia essa primeira parte do acordo, de pagar o mês de março, as férias em abril, e depois, dentro de uma lógica, cada clube negociasse a sua necessidade. Aqui no Ceará o presidente nos chamou para conversar e em questão de horas nos acordamos e resolvemos o cenário até o mês de maio. A partir de lá ninguém sabe, então em maio a gente vai analisar o cenário e conversar de novo”, afirmou.
Fernando Prass falou sobre a situação dos clubes brasileiros durante a pandemia do coronavírus (Foto: Reprodução/Mesa Redonda)
O arqueiro também falou qual foi o acordo entre os jogadores do Ceará e a diretoria do clube nordestino.
“A gente abriu mão de uma parte do salário para ser paga parcelada até o final do ano, para o clube se adequar e reorganizar o fluxo de caixa, e a outra parte nós abrimos mão realmente mas com algumas condições, de que o clube não demita nenhum funcionário e coisas assim”, relatou.
Prass ainda informou que os clubes e entidades brasileiras ainda não sabem o que fazer em relação ao calendário por conta da incerteza do futuro em relação ao avanço da pandemia.
“Hoje a gente está no escuro. O Brasil vai começar a testar em grande escala na próxima semana. Aí a gente vai ter uma noção da realidade que o país se encontra. Acho que a gente vai ter uma noção melhor do cenário daqui umas duas semanas. No fim de abril a gente vai poder tomar qualquer prognóstico. Tem que se analisar que no Campeonato Estadual você ainda vai de ônibus. Mas os nacionais você pega aeroporto, fica horas dentro do avião fechado, ficar em hotel, tem risco de contaminação. Tudo isso tem que ser levado em consideração. Mas estamos no escuro em relação a qualquer coisa”, concluiu.